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O que o Globo de Ouro de Fernanda Torres mostra sobre atos golpistas

Premiação ocorre na semana em que ações do 8/1 completam 2 anos

Por Redação com Agência Brasil 08/01/2025 14h02
O que o Globo de Ouro de Fernanda Torres mostra sobre atos golpistas
Alile Dara Onawale - Foto: Sony Pictures

O Globo de Ouro, da atriz Fernanda Torres, chamou novamente a atenção para o filme que vem batendo recordes de bilheteria e fazendo sucesso tanto no Brasil quando fora do país. A premiação por melhor atriz em Ainda Estou Aqui ocorre na semana em que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023  completam dois anos. Se por um lado a aceitação do filme mostra o interesse da população pelo que ocorreu na ditadura e a importância da preservação da memória e da reparação às vítimas e às famílias pelos crimes cometidos no período, os atos recentes são, segundo especialistas entrevistados pela Agência Brasil, a prova de que o Brasil ainda vive uma democracia frágil.


Para a historiadora Gabrielle Abreu, o filme traz a oportunidade de a sociedade brasileira discutir a ditadura por meio da arte. “Acho que a gente está vivendo uma oportunidade muito especial de sermos confrontados coletivamente, enquanto sociedade, com essa temática e por meio da arte, da cultura, de uma personalidade como a Fernanda Torres, o que facilita muito que o tema seja debatido e disseminado”, diz Abreu que é mestre em história comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Trabalhou no Arquivo Nacional e é a atual gestora de Memória no Instituto Marielle Franco.


Ainda Estou Aqui conta a história da família Paiva, que em 1971, com o endurecimento da ditadura militar, precisa enfrentar o
desaparecimento e assassinato de Rubens Paiva, engenheiro civil e político brasileiro. A história é contada do ponto de vista de quem
fica, a esposa Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres.

Para Gabrielle Abreu, o filme tem função importante: “Ele tem essa função social, esse papel social de nos teletransportar àquela época e fazer com que as pessoas rechacem esse período, o conheçam, entendam um pouco porque hoje a gente enfrenta esses ataques sucessivos à democracia e passem a repelir o período, a ideia de uma ditadura, de autoritarismo, de censura, de limitação de direitos e, naturalmente, que isso inspire em nós, na sociedade brasileira, uma sensação de apreço à democracia”, defende.