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Em um dos piores ataques, Rússia atinge hospital pediátrico em Kiev e mata 36
Bombardeio é um dos piores desde o início da guerra, segundo prefeito da capital ucraniana. Zelensky disse que há várias pessoas presas nos escombros do hospital e prometeu retaliação. Conselho de Segurança da ONU vai se reunir nesta terça (9) para discut
Em um dos piores bombardeios desde o início da guerra, a Rússia voltou a atacar Kiev nesta segunda-feira (8) com um lançamento em série de mísseis que deixaram cerca de 36 pessoas mortas e atingiu um hospital pediátrico, segundo autoridades locais.
O hospital pediátrico Ohmatdyt, o maior de Kiev, foi parcialmente destruído. Imagens do local mostraram que uma das fachadas veio totalmente abaixo, e autoridades disseram que há crianças entre os mortos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que várias pessoas estavam presas sob os escombros do hospital.
"Há pessoas sob os escombros e ainda não sabemos o número exato de vítimas. No momento, todos estão ajudando a retirar os escombros, tanto médicos como pessoas comuns", disse o presidente.
O prefeito da capital ucraniana disse que este é um dos piores ataques à cidade desde o início da guerra na Ucrânia, há mais de dois anos. A Rússia disparou mais de 40 mísseis contra Kiev, ainda segundo o prefeito.
O ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko, disse que os trabalhadores de resgate ainda não sabem ao certo quantas pessoas ainda permanecem presas sob os escombros no hospital.
Outras cidades do centro e do leste do país também foram alvejadas, como Dnipro, Sloviansk, Kramatorsk e a cidade-natal de Zelensky (leia mais abaixo). Veja onde essas 36 pessoas morreram e quantos ficaram feridos, segundo autoridades locais:
-22 mortos em Kiev --entre eles duas crianças, e ao menos 82 feridos;
-11 mortos na região de Dnipropetrovsk --que contém as cidades Kryvyi Rih e Dnipro-- e ao menos 64 feridos;
-3 mortos em Pokrovsk.
Os bombardeios também destruíram três subestações de energia elétrica da cidade, informou a operadora local, a DTEK.
A Rússia negou ter atingido alvos civis. Nesta manhã, o Ministério da Defesa russo disse ter atacado apenas bases aéreas militares em território ucraniano.
Zelensky prometeu retaliação ao ataque e pediu aos aliados ocidentais, entre eles os EUA, uma resposta firme ao ataque.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu se reunir nesta terça-feira (9) para discutir o ataque russo, segundo diplomatas ouvidos pela Reuters. A reunião foi solicitada por autoridades dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, do Equador e da Eslovênia. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, condenou fortemente o bombardeio russos e chamou de "chocante" o ataque ao hospital infantil, segundo seu porta-voz, Stephane Dujarric.
Onze das 36 mortes aconteceram na cidade-natal de Zelensky, Kryvyi Rih, no centro do país, na região de Dnipropetrovsk. Segundo o prefeito da cidade, outras 30 pessoas também ficaram feridas.
Em Dnipro, um arranha-céu e uma empresa foram danificados, afirmou o governador de Dnipropetrovsk, Sergei Lysak. O ataque também atingiu um posto de gasolina, onde deixou feridos.
No leste da Ucrânia, na região de Donetsk, onde as forças russas avançaram nas últimas semanas, pelo menos três pessoas morreram em Pokrovsk, uma cidade que antes da guerra tinha quase 60 mil habitantes.
O Kremlin não reagiu aos bombardeios, mas normalmente insiste que não ataca instalações civis.
"Este bombardeio afetou civis, atingiu infraestruturas, e o mundo inteiro deveria ver hoje as consequências do terror, que só podem ser respondidas com força", disse o chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andrei Yermak.
Zelensky, que nesta semana irá a Washington, nos EUA, para participar de uma cúpula da Otan, pediu aos aliados que enviem mais sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia, país devastado por mais de dois anos de guerra.
"A Rússia não pode afirmar que ignora por onde voam os seus mísseis e deve prestar contas por todos os seus crimes", denunciou o presidente ucraniano em outra mensagem nas redes sociais.