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Polícia Civil investiga conselheiro tutelar após adolescente denunciar assédio: 'Pago bem'
Ele teria feito propostas para ter relações sexuais com a vítima em troca de dinheiro
Um conselheiro tutelar de Murici está sendo investigado pela Polícia Civil por suspeita de assediar um adolescente com mensagens de cunho sexual e também de ameaçar o rapaz. A família registrou um Boletim de Ocorrência.
O adolescente conta que tudo começou na escola. “Me encarava, olhava para mim. Aí começava a conversar comigo: ‘Oi, meu jovem’. Aí ficava com aqueles papinhos. Cheguei em casa e fui mexer no celular. E tinha uma solicitação de seguir de volta para mim, quando olhei, era ele. E começou a dar em cima de mim”, conta o adolescente, que teve a identidade preservada.
A vítima expôs conversas no WhatsApp atribuídas ao conselheiro. O homem teria mandado mensagem chamando o adolescente, que se nega a ir até o conselheiro. Em seguida, o investigado afirma: “Pago Bem [...] 150?”. Em um dado momento, na mesma conversa, o suspeito pergunta: “Posso vê uma coisa?”. E o garoto responde: “O quê?”, recebendo como resposta: “Você sabe”. O adolescente esboça reação na conversa e, posteriormente, o conselheiro pergunta: “100?”.
De acordo com o adolescente, após ele negar as investidas do conselheiro, o suspeito passou a ameaçá-lo, usando a justificativa de que ele era um menino rebelde na escola.
“Dizendo que se eu não endireitasse na vida iria me matar. E começou a sair lágrimas no meu olho, comecei a ficar nervoso. E ele disse: ‘Não precisa ficar nervoso não’. Fiquei de boa. E ele disse: ‘Olha, quando alguém quer ser maior que o outro já sabe o que acontece né’”, relatou o adolescente.
Segundo informações apuradas pela TV Gazeta, o conselheiro tutelar exerce a função há mais de 20 anos, em Murici, estando no sexto mandato.
A avó conta que assim que soube das ameaças procurou a escola e o Conselho Tutelar de Murici.
“O menino fez 17 anos. Ele tem que ficar amedrontado. Eu nem forço ele ir para a escola, nem para nada mais, e eu quero que a Justiça seja feita”, desabafou a avó.
A família registrou um Boletim de Ocorrência e denunciou o homem também ao conselho da cidade
O Conselho Tutelar de Murici disse à TV Gazeta que está acompanhando o caso e aguardando investigação da Polícia Civil.
O presidente da Associação dos Conselhos Tutelares de Alagoas, Ariudo Alves, disse que repudia esse tipo de atitude e aponta quais penalidades o conselheiro pode receber:
“Ele perderá o mandato, que o CMDCA e o Ministério Público vão pedir a cassação do mandato dele pela conduta inadequada dele como conselheiro. O conselheiro tem que fazer o seu papel, garantir os direitos da criança e zelar no cumprimento dos seus direitos”, afirmou Alves.
A Polícia Civil afirmou que já está investigando o caso, por meio do delegado, Mário Jorge Marinho.