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Pesquisa aponta que, por dia, nascem mais de 30 bebês de mães com até 14 anos de idade, no Brasil

Em dados anteriores, o Brasil ficou atrás de outros países latino-americanos.

Por redação com R7 01/07/2024 16h04
Pesquisa aponta que, por dia,  nascem mais de 30 bebês de mães com até 14 anos de idade, no Brasil
Gravidez na adolescência - Foto: Reprodução/Internet

Por dia, 31 crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos se tornaram mães no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde que consideram o período de janeiro a maio deste ano. A média é resultado total de 4.657 nascidos vivos no país dentro dessa faixa etária.

O levantamento aponta ainda que, no período, três adolescentes de 14 a 17 anos morreram durante o parto. Em 2022, a taxa no Brasil era pior do que outros países latino-americanos, como Argentina, Chile, Costa Rica, Peru e e Uruguai, segundo dados do escritório do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas).

Apesar do número, o índice indica uma queda de 23% nos bebês nascidos de mães entre 8 e 14 anos em relação a 2023, quando foram registrados 6.080. Nordeste, Sudoeste e Norte são as regiões com maiores taxas.

Riscos


Segundo o ginecologista Luis Otávio Manes, o risco de mortalidade materna é cinco vezes maior em jovens abaixo de 15 anos, além de aumentar as chances de depressão, aborto espontâneo, pré-eclâmpsia.

“Essa mulher fica fora do meio social a que ela normalmente pertence, tem um cuidado que é fora da idade dela, então isso acaba trazendo uma responsabilidade muito prematura e de uma forma ou outra ceifando a adolescência dessas mulheres, que não têm ainda maturidade para conseguir lidar com outra vida”, disse.

Para a ginecologista obstetra Flávia do Vale, o número de bebês que nascem de crianças e adolescentes é considerado alto para o intervalo de cinco meses. A médica explica que a falta de acesso a informações corretas sobre saúde sexual e reprodutiva, barreiras ao acesso a métodos contraceptivos, violência e abuso sexual e contextos socioculturais são fatores que podem explicar a alta taxa.

“A alta taxa de gravidez na adolescência no Brasil sugere a necessidade urgente de intervenções abrangentes que abordem educação, acesso a serviços de saúde, apoio social e proteção contra violência, para garantir melhores perspectivas para os jovens e suas famílias”, concluiu.