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Professor da UFAL denuncia ter sido vítima de racismo por alunos: 'Cara de vagabundo'

Zurck, que leciona na área de Políticas Educacionais, Gestão e Avaliação Educacional na universidade, expôs conversas

Por Gazetaweb 27/06/2024 11h11 - Atualizado em 27/06/2024 11h11
Professor da UFAL denuncia ter sido vítima de racismo por alunos: 'Cara de vagabundo'
Professor da UFAL denuncia ter sido vítima de racismo por alunos: 'Cara de vagabundo' - Foto: Reprodução

O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Tiago Zurck procurou a Polícia Federal de Alagoas para denunciar ter sido vítima de injúria racial, prática equiparada ao crime de racismo no Brasil. Segundo ele, o episódio ocorreu via mensagens em um grupo de WhatsApp com uma turma de estudantes da área da saúde da instituição. Ele registrou um Boletim de Ocorrência nesta quarta-feira (26).

Zurck, que leciona na área de Políticas Educacionais, Gestão e Avaliação Educacional na Ufal, expôs prints de conversas em que ele atribui ao crime de racismo. Em uma dessas mensagens, um dos alunos diz que o professor tem uma “baita cara de vagabundo”.


				
					Professor da UFAL denuncia ter sido vítima de racismo por alunos: 'Cara de vagabundo'

Em uma das mensagens, aluno diz que professor tem "baita cara de vagabundo".. Reprodução/ Redes Sociais

Tudo começou, segundo relato de Tiago Zurck, após a ocorrência de um conflito entre ele e um grupo de estudante da área da saúde, que é favorável ao fim da greve na instituição. “Na tentativa de diálogo, sofri assédio por parte de alguns alunos e o crime de racismo por parte de outros”, diz ele.

Por causa disso, o professor afirma que os alunos compartilharam o link institucional do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas, expondo o perfil profissional de Zuck no grupo, além da foto dele e os valores recebidos por ele no portal da transparência.

“Tentaram me intimidar, mas foram além: me chamaram de vagabundo. Mas não só isso: ao se referirem a foto que está no meu perfil institucional (homem preto de tranças nagô), disseram que eu ‘tinha a maior cara de vagabundo' e que se um dia fosse exonerado 'seria um vagabundo porque não saberia fazer outa coisa’”, expõe o professor.

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Professor expõe conversas em que ele atribui o crime de racismo.. Reprodução/ Redes Sociais

Nesta quarta-feira (6), o professor foi à Superintendência da Polícia Federal, no bairro do Jaraguá, acompanhado da Reitora Honorária da Ufal, Valéria Correia, onde abriu uma ocorrência por injúria racial.

“Sofri muito com LGBTFobia e racismo durante a vida. Essas práticas existentes em nossa sociedade marcam a nossa vida e o nosso ‘quem sou’. De alguma forma vamos enfrentando essa realidade e lutando para lidar com ela. Alguns escolhem não enfrentá-la ou não a percebem, outros se colocam na vanguarda de lutar para mudar essa realidade, mas confesso que o ocorrido me deixou abalado e triste”, desabafou Tiago Zurck, que acrescentou:

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Professor expõe conversas em que ele atribui o crime de racismo.. Reprodução/ Redes Sociais

“Por mais que saiba, no momento, que a nossa aparência e cor são associadas à representatividade (significado) de ‘vagabundo’, por um breve momento, ainda que pequeno, é como se tudo que luto, busco construir, acertando e errando nessa jornada, não tivesse valor”, diz o professor.

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Professor expõe conversas em que ele atribui o crime de racismo.. Reprodução/ Redes Sociais