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Jogo do Tigrinho: influenciadores eram investigados há nove meses

Segundo a PC, os acordos eram desenvolvidos dentro de uma dinâmica informal, sem celebração de contratos

Por Gazetaweb 20/06/2024 08h08
Jogo do Tigrinho: influenciadores eram investigados há nove meses
Polícia Civil apreendeu veículos de luxo. - Foto: Ascom PC-AL

Os influenciadores e assessores alvos da operação Game Over, da Polícia Civil, estavam sendo investigados e acompanhados pelas autoridades policiais há nove meses. A informação foi repassada nesta quarta-feira (19) pelo delegado Lucimério Campos.

“A operação tem um prazo de nove meses. Nós não investigamos todo intervalo desde que eles fazem essa prática. Começamos a investigá-los nove meses atrás. Temos um desenho de nove meses de ilícito praticado. Óbvio que temos uma ideia de quando eles começaram e qual potencial que isso pode representar, mas, objetivamente, nós só temos como comprovar, nesse primeiro momento, nove meses desse acompanhamento que fizemos da atividade ilícita por eles praticados”, expõe o delegado Lucimério Campos.

Até o momento, de acordo com a autoridade policial, estão sendo investigados cinco influenciadores do Estado e mais 11 assessores, que faziam o papel de agenciadores, intermediando negociações informais entre os blogueiros e os proprietários de plataformas de apostas

Segundo Campos, a investigação deve se prolongar. Os influenciadores são suspeitos de divulgar vídeos nas redes sociais ganhando apostas em contas simuladas e irreais, fazendo os seguidores acreditarem que as partidas eram verdadeiras para incentivar o público a jogar. Para isso, eles ganhavam altos valores das plataformas.

O delegado afirma que os acordos entre donos de plataformas, agenciadores e influenciadores eram desenvolvidos dentro de uma dinâmica informal, sem celebração de contratos formais e assinaturas, que garantissem a licitude das parcerias.

“Todo esse agenciamento de blogueiros para a prática do jogo de tigrinho era informal, não era celebrado um contrato com a plataforma. A plataforma discute em uma conversa de WhatsApp, manda os links, para ela divulgar por sete dias. A plataforma faz o depósito para o agenciador, o agenciador passa a parte para o blogueiro, e o blogueiro divulga o link. Terminou, ele para de divulgar e serviço concluído, não era algo que eles formalizavam por escrito. É um mundo informal porque é um mundo da ilegalidade”, relata a autoridade policial.

A Polícia Civil aponta ainda que os influenciadores ocultaram patrimônio em nomes de parentes e terceiros. Em um dos áudios captados pelos investigadores, segundo Lucimério Campos, um dos suspeitos fala da possibilidade de ocultar dinheiro em negócios lícitos, como uma loja de cosméticos.

A operação, que teve diligências nesta semana, já apreendeu nove carros de luxo e três imóveis, bens avaliados em mais de R$ 9 milhões e que, supostamente, foram adquiridos por meio de movimentações financeiras adquiridas com jogos do Tigrinho.

“A sua condição financeira tem que ser condizente com o seu trabalho honesto. Se você tem uma condição financeira resultado de uma atividade ilícita, ela é objeto de confisco e usado para ressarcir as vítimas que ficam no prejuízo”, considera Lucimério Campos.