O homem acusado de matar um passageiro de um ônibus a facadas durante uma briga pelo uso de máscara de proteção contra a Covid-19 em Maceió, em novembro de 2021, foi condenado nesta quarta-feira a 7 anos, 3 meses e 15 dias de prisão. A defesa informou que vai recorrer da decisão.

Os jurados decidiram que Felipe Cristiano da Silva poderia cumprir pena em regime semiaberto, contudo, o juiz José Braga Neto Juiz determinou que fosse mantida a prisão do réu em regime fechado, considerando "o risco à ordem pública com a sua soltura".

A vítima, o gari Renilson Freire de Souza, foi morto após tentar impedir que Felipe entrasse sem máscara em um ônibus da linha Benedito Bentes/Ponta Verde. Naquele ano, o uso do item era obrigatório no transporte público para evitar o contágio pelo coronavírus. Uma câmera de segurança instalada no coletivo filmou a briga, que durou 24 segundos.

Felipe disse aos policias que o prenderam e repetiu na audiência de custódia que cometeu o homicídio porque foi agredido, empurrado e humilhado por não usar máscara. A defesa sustentou que Felipe agiu em legítima defesa, mas o promotor recusou essa tese.

Durante o julgamento, os jurados destacaram que o crime aconteceu dentro de um ônibus lotado, em horário de tráfego intenso de passageiros. "[O réu] praticou o crime diante de várias pessoas, em atitude demasiadamente violenta e sanguinária, causando perplexidade em todos ao redor", diz um trecho da sentença.

Segundo o processo, Felipe entrou no ônibus pela porta traseira, sem pagar e sem a máscara de proteção, item que na época era de uso obrigatório em Alagoas. Após isso, iniciou-se uma confusão, pois os demais passageiros exigiam que Felipe colocasse a máscara ou descesse do ônibus.

Então, Renilson tentou empurrá-lo para fora do ônibus, quando o acusado reagiu desferindo golpes de faca contra ele, levando-o à morte. Ao ser interrogado, Felipe confessou o crime e afirmou que não tinha a intenção de matá-lo, apenas de se defender.

Felipe aguardou o julgamento preso.