Notícias
Você sabia que o governo Kil restaurou o Museu Maria Mariá, incluído os móveis e objetos históricos?
Maria Mariá é uma figura importantíssima para a mulher palmarina moderna, firme e segura de si.
Recentemente, o Museu Casa Maria Mariá, que reune móveis e peças em memória da mesma, recebeu, por meio do governo Kil, uma restauração, tanto do prédio, quanto dos itens do interior da casa se utilizando unicamente de recursos próprios.
O museu, agora, se encontra mais que pronto para receber à população e valorizar a história de uma figura palmarina tão importante, graças à preservação de uma gestão que se importa com a cultura e a história do município.
A figura de Maria Mariá, a guerreira da terra de Zumbi
Maria Mariá de Castro Sarmento nasceu no dia 16 de junho de 1917 em um povoado nos arredores da cidade de União dos Palmares, onde se localiza atualmente a Usina Laginha. Era filha de Sílvio de Mendonça Sarmento, o tabelião da cidade, e de Ernestina de Castro Sarmento.
Ela foi uma importante intelectual palmarina que, para além de sua formação como professora, que ampliou seus conhecimentos sob as leituras de grandes escritores brasileiros e estrangeiros. Maria representava uma referência cultural no município e se consolidou na área da educação trazendo mudanças significativas sobre o modo de educar.
A abolição do uso da palmatória, objeto de tortura, foi uma das conquistas que atribuem à figura de Maria, mulher forte e corajosa que, por muitas vezes, não mediu esforços ao desafiar os paradigmas da educação da época.
Como um espírito livre, Maria se envolveu em diversas polêmicas à época, sendo a primeira mulher a usar calça comprida em União dos Palmares, era julgada por 'vestir-se' como homem e, não tendo ela se casado, por viver sua vida boêmia entre os bares e botecos da cidade.
Fez seu nome intelectualmente não apenas modificando os modos de se fazer educação, como também foi a responsável pela criação da Biblioteca Pública Municipal Jorge de Lima, se tornando a primeira bibliotecária de União dos Palmares. Além disso, se engajou fortemente como presidente da comissão que organizou o encontro que reivindicava a criação de um Parque Histórico para a preservação da memória heroica da Nação Zumbi.
Maria Mariá era também uma colecionadora e reunia objetos que considerava histórico em sua casa, que um dia já fora da família do poeta Jorge de Lima. Lá ela guardou selos, dinheiro de várias épocas, placas com nomes de rua, revistas “Manchete”, “Fato e Fotos” e “Seleções”, livros (uma média de 240 volumes), folhetos de cordel, artigos de jornais da época entre outros objetos curiosos.
Ela faleceu no dia 28 de fevereiro de 1993, às 10h20 de um ensolarado domingo. Foi vítima de infarto agudo do miocárdio. Tinha 76 anos de idade e morreu solitária, desiludida e desencantada.
A partir de então, União dos Palmares não mais se inscreve apenas como a cidade de Jorge de Lima e de Zumbi, mas também como a terra de Maria Mariá. Em 2004, recebeu a “Comenda do Mérito Educativo Alagoano”, concedido pelo Conselho Estadual de Educação.