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Quem era Fernando Villavicencio? Candidato assinado do Equador

Jornalista investigativo, candidato à presidência tinha 59 anos e se declarava defensor de causas indígenas e trabalhistas. Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça

Por Redação g1 10/08/2023 09h09 - Atualizado em 10/08/2023 09h09
Quem era Fernando Villavicencio? Candidato assinado do Equador
Fernando Villavicencio (foto) foi baleado 3 vezes no momento em que saía de um comício rumo a seu carro - Foto: Reprodução

O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado na noite
desta quarta-feira (9), em Quito. Ele estava em um encontro político e
foi baleado três vezes na cabeça.

Fernando Villavicencio tinha 59 anos e era jornalista investigativo. Na política, foi membro da
Assembleia Nacional do Equador entre 2021 e 2023. Ele se declarava
defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores, sendo líder
sindical.

Como jornalista, Villavicencio foi responsável por revelar casos de corrupção no governo
do Equador. Em uma das matérias, ele acusou o ex-presidente Rafael
Correa de crimes contra a humanidade.

Por causa desse caso, o jornalista foi condenado a 18 meses de prisão, em
2014, acusado de injúrias contra Correa. Ele chegou a receber asilo
político no Peru e dizia ser perseguido pelo ex-presidente do Equador.

Durante o exílio, Villavicencio continuou investigando casos de corrupção,
incluindo um suposto prejuízo milionário ao Equador com a venda de
petróleo para a China e a Tailândia. O caso ficou conhecido como
"Petrochina".

Autor de 10 livros, Villavicencio também lançou portais de notícias no Equador, até entrar na vida
política. Como candidato à presidência, defendia o combate à corrupção.

Violência no país


Nos últimos anos, o Equador enfrenta a violência ligada ao narcotráfico,
que, durante o processo eleitoral, resultou na morte de um prefeito e um
candidato a deputado, além de ameaças a um candidato à presidência.

A criminalidade no país fez com que a taxa de homicídios dobrasse em 2022, chegando a 25 mortes a cada 100 mil habitantes.

Há cerca de duas semanas, um prefeito foi assassinado no país.

Eleições antecipadas


O Equador irá eleger um presidente, vice-presidente e os 137
parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a
opositora Assembleia Nacional, em maio, para pôr fim à "crise política
grave e comoção interna".

A dissolução, que deu lugar a eleições gerais antecipadas, ocorreu em meio a um julgamento político para destituir Lasso.