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Apuração do Censo Demográfico termina neste domingo (28)

27/05/2023 19h07
Apuração do Censo Demográfico termina neste domingo (28)
IBGE - Foto: REPRODUÇÃO

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou nesta sexta-feira (26) que o fim da
etapa de apuração do Censo Demográfico 2022 está mantido para este
domingo (28). O órgão de pesquisas também reiterou que os primeiros
dados da contagem da população brasileira serão divulgados em 28 de
junho.


Os prazos informados nesta sexta estão em linha com
as datas divulgadas pelo órgão no início deste mês. Na ocasião, o IBGE
também indicou que a apuração iria até 28 de maio e que a divulgação dos
dados seria em 28 de junho.


Segundo o instituto, recenseadores ainda estarão
percorrendo parte dos setores do levantamento neste final de semana em
um último esforço de coleta. Trata-se de uma operação residual. Pela
internet (caso a pessoa tenha o e-ticket) e pelo telefone, é possível
responder ao Censo somente até esta sexta, indicou o órgão em postagens
nas redes sociais.


Oficialmente, o instituto anunciou em 1º
de março o fim da coleta das informações da pesquisa. Porém, a fase de
apuração, iniciada em seguida, trouxe a possibilidade de participação
para quem não havia respondido à pesquisa anteriormente.


A partir de segunda-feira (29), o IBGE pretende
avançar no tratamento e na tabulação dos primeiros dados de população e
dos domicílios.


No comunicado desta sexta, o instituto não indicou o

que pode ocorrer com quem não responder ao Censo. Durante a fase de
coleta, o órgão relatou em diferentes ocasiões que há previsão de multa
para quem se nega a fornecer os dados solicitados, que são protegidos
por sigilo.


Censo acumula atrasos -A operação censitária vem sendo marcada por uma série de atrasos. A
contagem da população começou no dia 1º de agosto de 2022, após dois
anos de adiamento do Censo.


Inicialmente, o IBGE planejava encerrar a coleta em
três meses, até outubro de 2022. O instituto, porém, enfrentou uma série
de dificuldades para realizar os trabalhos. Na fase inicial da coleta,
recenseadores reclamaram de atrasos em pagamentos e de valores recebidos
abaixo do esperado. Isso gerou ameaças de greve e desistências de parte
da categoria.


Não bastassem os problemas com os pagamentos, o IBGE
também encontrou recusas de parte da população em responder aos
questionários e até fake news sobre a pesquisa em meio à corrida
eleitoral do ano passado.


Neste mês, o instituto reconheceu que a
escassez de recursos impactou o Censo em áreas como a de publicidade.
Inicialmente, a diretoria do IBGE não apontava esse fator como um dos
principais obstáculos para o avanço da pesquisa.


"A falta de recursos, ela aconteceu. É importante
que vocês saibam que 80% de todo o dinheiro do Censo é para pagar os
recenseadores. Qualquer aumentozinho que você dá no recenseador, isso
vai impactar de forma efetiva o orçamento", disse o presidente interino
do IBGE, Cimar Azeredo, em um seminário do Instituto de Economia da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) no dia 2 de maio.


"Foi pouco [o orçamento], a gente não tem dúvida
disso. Afetou sobretudo a parte de publicidade. A gente recebeu R$ 60
milhões para fazer publicidade. Esse número é muito baixo. É uma gota no
oceano", acrescentou à época.


Na mesma ocasião, além de citar a
restrição orçamentária, Azeredo também associou os atrasos a uma
"irresponsabilidade" de parte da população que não quis responder ao
Censo. Ao tocar nesse ponto, ele citou as recusas em bairros de alta
renda como Itaim Bibi, em São Paulo, e Leblon, no Rio de Janeiro.


O Censo costuma ser realizado a cada dez anos. A
versão anterior foi realizada em 2010. A edição atual estava prevista
para 2020, mas foi adiada à época pelas restrições da pandemia.


Em 2021, houve novo adiamento, mas dessa vez em
razão do corte de verbas para o IBGE no governo Jair Bolsonaro (PL).
Assim, a pesquisa ficou para 2022.


Especialistas já manifestaram preocupação com o
risco de inconsistências em informações devido ao longo período de
coleta do Censo, o que distanciou o término do trabalho da data de
referência da pesquisa.


O IBGE, contudo, argumentou que o avanço das
ferramentas tecnológicas nesta edição ajudou a mitigar eventuais
ameaças. A tecnologia teria permitido acompanhar com mais precisão a
evolução dos trabalhos.








FONTE: Folhapress