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BA: Mulher sofre racismo e filma ofensas: 'odeio preto, não suporto'; veja

07/05/2023 22h10
BA: Mulher sofre racismo e filma ofensas: 'odeio preto, não suporto'; veja
. - Foto: Reprodução

A designer de cílios Andresa Fonseca, de 27 anos, foi vítima de racismo ontem e filmou as agressões verbais, entre elas as frases "odeio preto, não suporto", ocorridas na parte externa de uma loja de conveniência em Salvador.

O que aconteceu:

Andresa disse que estava sentada na área externa aguardando um motorista de aplicativo quando a mulher sentou ao lado dela e a mandou sair do lugar. A designer questionou e a mulher respondeu que "não gostava de gente preta como ela [Andresa]".


A mulher chamou Andresa de "gorda e preta" e a designer começou a filmá-la proferindo os ataques racistas.

No vídeo, a mulher diz que "não gosta de pessoas tipo você na minha mesa, não gosto de gente escura como você, eu não suporto".

A vítima pergunta se a mulher é branca e ela responde: "Eu sou caucasiana, meu cabelo é liso, natural. Liso. Pega aqui para você ver, sem nenhuma química, meu amor".Chame [a polícia], que é isso que eu quero. Adoro. Eu odeio preto, eu não suporto."Mulher em filmagem

A designer chamou a Polícia Militar, mas eles teriam informado que não poderiam mandar viatura ao local e a vítima precisaria ir até uma delegacia, com as provas, para fazer a ocorrência.

Um boletim de ocorrência foi feito por Andresa neste domingo.

A mulher que fez os ataques ainda não foi identificada, segundo a Polícia Civil.

Eu fiquei um pouco abalada com a situação, na verdade, achei chocante. Eu não estava nem acreditando nas coisas que ela estava falando. E na questão da polícia, eu achei que eles tinham que ir no local, eu imaginava que eles dariam esse suporte, mas não deram muita importância quando eu liguei."Andresa Fonseca ao UOL

A Polícia Civil da Bahia informou que investiga o crime de injúria racial cometido contra Andresa. A apuração terá apoio da Coercid (Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação) para identificar a autora.

O UOL tenta contato com a Polícia Militar da Bahia. A nota será atualizada em caso de retorno.

*Uol