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Polícia investiga denúncia de racismo contra professora em mercado de Curitiba

A mulher foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento e, horas mais tarde, voltou para finalizar suas compras e precisou mostrar que não estava roubando

Por O DIA 11/04/2023 09h09
Polícia investiga denúncia de racismo contra professora em mercado de Curitiba
Polícia investiga denúncia de racismo contra professora em mercado de Curitiba - Foto: Reprodução/Redes Socias

A Polícia Civil de Curitiba abriu inquérito nesta segunda-feira (10), para investigar o crime de racismo de que a professora Isabel Oliveira afirma ter sido vítima dentro de um mercado da rede Atacadão (grupo Carrefour), no bairro do Parolin, zona sul de Curitiba.


A professora diz que foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento e, horas mais tarde, voltou para finalizar suas compras e ficou apenas de calcinha e sutiã, para mostrar que não estava furtando.


A abertura de investigação foi confirmada nesta tarde pela delegada responsável pelo caso,Camila Cecconello, titular da Divisão de Homicídios de Curitiba. Nesta tarde, Isabel registrou boletim de ocorrência e prestou depoimento. Neste momento, o caso está autuado pelos crimes da lei de discriminação racial.

A delegada informou que ouvirá testemunhas, funcionários e gerentes, e que buscará imagens de câmera de segurança tanto internas quanto externas ao estabelecimento. Ao Estadão, a rede Atacadão afirmou este domingo (9), que revisou as imagens do dia do incidente e 'não identificou indícios de abordagem indevida'.


Nesta segunda, a empresa divulgou um novo posicionamento, afirmando que suspendeu o funcionário indicado por Isabel e que 'imagens internas das câmeras da loja serão disponibilizadas às autoridades'.

O caso de Isabel ganhou repercussão nacional. Na Sexta-feira Santa (7), ela foi ao mercado comprar leite em pó para a filha e diz que foi seguida por um segurança enquanto andava entre as gôndolas.


De acordo com a delegada, a professora chegou a confrontar o funcionário e foi embora, bastante abalada. Dentro do carro, Isabel gravou um vídeo que foi depois publicado nas suas redes sociais. Aos prantos, ela comentou o que aconteceu.

Horas mais tarde, ela retornou ao mesmo mercado e, enquanto pegava os produtos, tirou a roupa. No seu corpo, ela escreveu, 'sou uma ameaça?'.


"Quando eu vim vestida, havia um segurança atrás de mim. Eu voltei, agora nua, para levar a latinha de leite para a minha bebê e mostrar que não estou roubando nada", disse a professora para uma atendente.


Repercussão

Durante seu discurso na reunião dos 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, diante dos seus ministros, o caso de Isabel.

*O DIA