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Jacarés vítimas de maus-tratos são resgatados em estado de desnutrição em Fernão Velho

Responsáveis pelo criatório foram multados em quase R$ 500 mil

Por Redação* 11/02/2023 17h05
Jacarés vítimas de maus-tratos são resgatados em estado de desnutrição em Fernão Velho
Jacarés-de-papo-amarelo desnutridos em Alagoas - Foto: Ima

Uma das maiores infrações ambientais relacionadas à fauna já presenciada em território alagoano. Assim é possível resumir a situação encontrada por equipes do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) em um criatório de jacarés-de-papo-amarelo, em Fernão Velho, Maceió. As autuações somadas chegam a R$ 497.720 mil.

A operação teve início na quarta-feira (8/2) e prosseguiu nessa sexta-feira (10), devido à quantidade de problemas encontrados. Foi preciso montar uma verdadeira força-tarefa com técnicos dos setores de Fiscalização, Laboratório, Fauna e Unidades de Conservação para tentar buscar uma solução para os animais que ainda estão vivos.

Foram encontrados 144 jacarés, sendo 139 vivos e cinco mortos. Os vivos em situação de total abandono. Os animais estavam visivelmente submetidos a uma situação de maus tratos: em confinamento, sem alimentação, sem manejo adequado e sem água.

O empreendimento ainda está localizado dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho. Os fiscais aplicaram três autos de infração: por maus tratos, no valor de R$ 432 mil; por operar com licença ambiental vencida, em R$ 32.860 mil; por captar água de modo irregular, sem outorga, em mais R$ 32.860 mil.

Além disso, também foi emitida uma intimação para apresentar cronograma de desmobilização do empreendimento.

A equipe de laboratório, por sua vez, constatou no local que os tanques estão com baixo nível de oxigênio dissolvido na água. “Excesso de carga orgânica, pelo ambiente eutrofizado, e a presença de materiais flutuantes. Essas características no ambiente aquático podem ser fatores que contribuíram para o comprometimento dos animais. As amostras estão sendo trabalhadas para determinar os parâmetros de coliformes”, explicou Karine Pimental, técnica do Instituto.

Os técnicos relataram ainda que o local estava visivelmente abandonado. Animais mortos, os vivos se alimentando da carcaça dos mortos e um mau cheiro por toda a parte. A ação foi motivada por denúncias e os dois dias da fiscalização mais intensa foram acompanhados por policiais do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).

*Com IMA