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'Lugar Sujo': Deputado Federal compara Bahia ao Haiti e vira alvo de críticas
Autodeclarado conservador e antipetista, Mauricio Marcon (Podemos) fez as críticas ao comentar o volume de votos de Lula (PT) no estado
O deputado federal pelo Rio Grande do Sul Mauricio Marcon (Podemos) disse que a Bahia é um lugar "sujo" e de "pobreza". Ele ainda comparou o estado nordestino ao Haiti. As declarações foram dadas em live realizada na noite de domingo (5/2) no perfil pessoal do parlamentar no Instagram.
''A gente teve lá na Bahia, é um Haiti assim, não tem explicação. É uma pobreza, é tudo pichado, é sujo. E é uma área turística. A gente fica imaginando onde não é'', disse Marcon.
Em publicação postada no início da tarde desta quarta-feira (8), que denominou como "nota à sociedade", Mauricio Marcon afirmou que sua fala foi "maldosamente distorcida por grupos que e pessoas que visam única e exclusivamente destruir a imagem de quem pensa diferente". O deputado federal alega que a declaração teve o intuito de "fazer uma crítica construtiva, a qual deveria ser encarada de forma positiva, pois tem como objetivo a busca por melhorias para este estado com imenso potencial turístico". (Leia a íntegra da manifestação abaixo)
Autodeclarado conservador e antipetista, o deputado fez as críticas ao comentar o volume de votos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado. Lula venceu a corrida presencial com 72% dos votos válidos e só perdeu em dois dos 417 municípios baianos.
Após a publicação do vídeo, o deputado recebeu críticas na publicação. No Twitter, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa rebateu as declarações.
"Caro deputado Marcon: instrua-se, eduque-se, retenha essa baba ofídico-peçonhenta que emana da tua boca, seiva da violência que grassa em nosso país. Conheça direito a Bahia, o seu peso histórico, a sua estupenda arte, as suas magníficas igrejas e a sua contribuição para a formação da nacionalidade brasileira'', disse Joaquim Barbosa.
O deputado estadual do RS Leonel Radde (PT) afirma que registrou um boletim de ocorrência contra Marcon pelas "falas racistas e repletas de preconceito".
"Não é possível que o nosso país conviver com esse tipo de racista na política! Fascista!", escreveu o político petista em uma rede social.
A titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), Andrea Mattos, afirma que o inquérito será remetido à Polícia Federal (PF). Ela esclarece que a imunidade parlamentar está limitada a eventuais delitos cometidos no exercício do mandato e em razão das funções realizadas. Os demais casos são julgados de acordo com a regra comum.
''Fazendo uma analise preliminar das falas do senhor deputado não vislumbro que praticar, induzir e incitar a discriminação de procedência nacional traga quaisquer benefícios à democracia, porquanto é conduta que não deve ser tolerada pelo direito'', avalia a delegada.
Nota do deputado federal
No último domingo, ao fazer a minha rotineira live para dar transparência ao meu mandato, a qual faço desde antes de me tornar Vereador, acabei proferindo uma fala que vem sendo maldosamente distorcida por grupos e pessoas que visam única e exclusivamente destruir a imagem de quem pensa diferente.
Ao me referir ao estado da Bahia de maneira alguma me referi ao seu povo, pelo qual tenho muito respeito e admiração - um povo guerreiro e trabalhador, com uma admirável história. A Bahia é um estado rico em belezas naturais mas que, infelizmente, ainda sofre economicamente, como mostram os dados socioeconômicos locais - aos quais todos têm acesso.
Minha fala foi somente no sentido de alertar e trazer ao público o quanto este estado merece atenção e cuidado para que atinja o seu máximo potencial econômico, gerando emprego, renda e desenvolvimento - o verdadeiro caminho para a superação da pobreza.
Somente expressei a minha percepção de um local turístico para fazer uma crítica construtiva, a qual deveria ser encarada de forma positiva, pois tem como objetivo a busca por melhorias para este estado com imenso potencial turístico.
Lamento muito as distorções, inverdades e a má fé destes ataques políticos e oportunistas que modificaram o tom e o contexto de minha fala.
*Com G1