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Abaixo-assinado pede pelo fim do patrocínio da Braskem no BBB23

Petição virtual já contabiliza mais de 4 mil assinaturas contra publicidade que vende imagem sustentável

Por redação 26/01/2023 11h11
Abaixo-assinado pede pelo fim do patrocínio da Braskem no BBB23
. - Foto: Divulgação

O programa Big Brother Brasil 23 (BBB23) está na sua segunda semana de exibição. O patrocínio da Braskem na estreia do programa gerou revolta nos internautas alagoanos. Com o anúncio, a petroquímica pretende deixar a casa mais vigiada do Brasil mais sustentável. No entanto, a justificativa não comoveu a população local, que tem conhecimento dos danos que a mineração de sal-gema pela empresa causou a diversos cidadãos em Maceió.

Por isso, os alagoanos fizeram uma carta aberta à Rede Globo, ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), aos anunciantes do Big Brother 23, à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao Ministério Público Federal (MPF) e à nação.

A iniciativa pretende juntar o maior número de assinaturas para a retirada da Braskem do quadro de anunciantes do programa de entretenimento da rede nacional. Na petição, o assinante pode doar uma quantia para a causa, ou ajudar compartilhando.

Com o abaixo-assinado, que pode ser acessado no link “charge.org/p/a-braskem-vai-afundar-o-bbb-23-como-fez-com-maceió”, os assinantes pretendem tornar público que a participação milionária da empresa no reality “é, na verdade, um enorme tapa na cara de mais de 3,5 milhões de alagoanos que, indignados, sofrem de perto os efeitos do megadesastre que a empresa cometeu em Maceió, destruindo literalmente mais de 3 milhões de m² da cidade.”

Até o momento, a petição virtual já contabiliza mais de 4 mil assinaturas. Objetivo é atingir pelo menos 5 mil. Moradores acreditam que, com esse número, é mais provável que o documento apareça na mídia.

Ainda na carta, os moradores se direcionam aos turistas e visitantes do estado. “Não se enganem os turistas e demais brasileiros com o nosso lindo litoral e as belas praias. A menos de 800 metros dali a destruição reina absoluta e a responsável por isso tem nome: Braskem.”

“Empresa financia reality enquanto há famílias sem receber indenização”


Para Neirevanne Nunes, professora, integrante e uma das representantes do Movimento Único Vítimas da Braskem (MUVB), o sentimento é de indignação e é importante que o Brasil e o mundo saibam que a mineradora vende uma falsa imagem de empresa sustentável, tendo causado o maior crime socioambiental em área urbana no mundo.

“Causando a destruição de 5 bairros em Maceió, gerando um contingente de mais de 60 mil refugiados ambientais, porque fomos obrigados a deixar nossos lares, trabalho e toda uma vida por causa da mineração irresponsável de sal-gema. A Braskem está financiando este reality show enquanto têm vítimas que há 3 anos estão sem receber indenização. E as propostas oferecidas pela Braskem pelos imóveis são vergonhosas, pois, na maioria das vezes, não chegam nem à metade do valor real do imóvel”, descreve.´

*Com Tribuna Independente