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Defesa de Bolsonaro se pronuncia após Moraes atender pedido para investigação

14/01/2023 16h04
Defesa de Bolsonaro se pronuncia após Moraes atender pedido para investigação
. - Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e vai incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura os atos terroristas de domingo passado em Brasília.

A solicitação, feita pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, é para que Bolsonaro seja investigado por instigação e autoria intelectual dos ataques que depredaram os prédios dos Três Poderes.

Na quinta-feira, 79 procuradores e subprocuradores enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um documento pedindo investigação contra o ex-presidente pelo crime de incitação, em decorrência de uma publicação feita por ele no Facebook. Na postagem, apagada horas depois, o ex-chefe do Executivo lança suspeitas infundadas sobre a lisura das eleições, a atuação de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. A publicação foi feita na terça-feira, dois dias depois dos ataques aos Poderes.

"Ocupando o mais alto cargo do país, em numerosas oportunidades, ele (Bolsonaro) lançou, sem qualquer respaldo na realidade, dúvida sobre a higidez dos pleitos, que, aliás, o elegeram ao longo de décadas. Suas falas, portanto, mostraram-se ocupar uma posição de destaque na câmara de eco desinformativo do país", afirmaram os procuradores na representação enviada à PGR.

Aras repassou a petição ao subprocurador Carlos Frederico Santos. Em conversa com o Correio, o coordenador do Grupo Estratégico explicou que avaliou o documento e entendeu que cabia investigar Bolsonaro. Por isso, o encaminhou ao STF.

"Não se nega a existência de conexão probatória entre os fatos contidos na representação e o objeto deste inquérito (o 4.921), mais amplo em extensão. Por tal motivo, justifica-se a apuração global dos atos praticados antes e depois de 8 de janeiro de 2023 pelo representado (Bolsonaro)", sustentou Santos.

Ele também solicitou ao STF que seja expedida ordem imediata ao provedor de aplicação Meta para preservação do vídeo postado e apagado no perfil do ex-presidente no Facebook.

Bolsonaro será investigado na frente que mira "expositores de teorias golpistas que promoveram a mobilização da massa violenta". A primeira medida sugerida na investigação é que o tribunal determine a recuperação e o armazenamento do vídeo.

Fonte: Correio Braziliense