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Suspeito de terrorismo no DF gastou R$ 160 mil na compra de armas

Armas foram apreendidas com homem que confessou ter montado bomba no Distrito Federal — Foto: Polícia Civil do Distrito Federal

26/12/2022 07h07
Suspeito de terrorismo no DF gastou R$ 160 mil na compra de armas
Armas foram apreendidas com homem que confessou ter montado bomba no Distrito Federal — Foto: Polícia Civil do Distrito Federal - Foto: Reprodução

George Washington de Oliveira Sousa, que foi preso sob a acusação de
tentar explodir um caminhão de combustível em via próxima ao aeroporto
de Brasília neste sábado (24), afirmou à Polícia Civil de Brasília que
já teria gastado cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres,
fuzis, carabinas e munições desde que obteve licença como CAC
(colecionador, atirador desportivo e caçador. Ele trabalha como gerente
de um posto de gasolina no interior do Pará.

Na versão dada por ele aos policiais, à qual a Folha teve acesso,
Sousa ainda disse que as "palavras" de Jair Bolsonaro (PL) o encorajaram
a adquirir o arsenal de armas apreendido em seu poder. Ele fez
referência ao discurso armamentista do presidente da República – marca
de Bolsonaro durante seu mandato e da campanha que em 2018 o levou ao
Palácio do Planalto.

"O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente
Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil
dizendo o seguinte: 'Um povo armado jamais será escravizado'", disse o
investigado, que afirmou ser um "apaixonado" por armas desde a
juventude.

Preso na noite de sábado (24), Sousa afirmou em depoimento à Polícia
Civil que planejou com manifestantes do QG (Quartel General) no Exército
a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal
para "dar início ao caos" que levaria à "decretação do estado de sítio
no país", o que poderia "provocar a intervenção das Forças Armadas".

Na versão dada por ele aos policiais, ele mencionou o artefato
localizado no sábado nas imediações do aeroporto de Brasília e também
planos da instalação de explosivos em postes próximos a uma subestação
de energia em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.

Sousa participava dos protestos contra o resultado das eleições

Sousa disse que, após o segundo turno das eleições, passou a
participar de protestos no Pará em apoio a Bolsonaro e contra o
resultado das eleições, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e
que no dia 12 de novembro foi para Brasília.

Narrou que fez o trajeto de carro, uma caminhonete, e colocou no
bagageiro "duas escopetas calibre 12, dois revólveres calibre .357, três
pistolas, sendo duas Glocks e uma CZ Shadow, um fuzil Springfield
calibre .308, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas
de dinamite".

De acordo com a versão dele, o único item que não tinha licença para
"possuir" eram as dinamites que teria adquirido por R$ 600 de um "um
homem do Pará", entregues na capital do país.
O suspeito afirmou ainda que não possuía a guia de transporte de armas
e, caso fosse parado pela polícia na estrada, acionaria o grupo
armamentista Pró-Armas para ajudá-lo a contornar a eventual situação.

O número de armas de fogo nas mãos de CACs chegou a 1 milhão em julho deste ano. O aumento foi de 187% em relação a 2018.

O governo eleito anunciou a revogação de decretos presidenciais que
facilitaram o acesso da população às armas e ao descontrole sobre a
circulação desses produtos no país.




























Fonte: Folhapress