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Hábito de ranger os dentes pode causar vários prejuízos, mas há tratamento
Segundo a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD-R), entre 85% a 90% da população range os dentes em algum momento da vida
Através de uma boa noite de sono, recarregamos as energias para realizarmos as atividades do dia seguinte. Mas há casos em que o descanso é atrapalhado por diversas razões, inclusive, o bruxismo – patologia que provoca o ranger de dentes –, que, por vezes, não é percebido por quem o tem. O hábito também pode aparecer quando as pessoas estão acordadas e para tratar e descobrir essa condição, visitas regulares ao cirurgião-dentista são indicadas.
Dados da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD-R) apontam que entre 85% a 90% da população range os dentes em algum momento da vida, mas que somente 5% desenvolvem o bruxismo, que, de acordo a dentista e docente do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), Fernanda Rezende, é uma desordem que se caracteriza pelo hábito inconsciente de ranger ou apertar os dentes de forma constante, a ponto de causar uma série de malefícios, como a tensão nos músculos responsáveis pela mastigação, dores de cabeça e nos músculos do rosto.
“Nos casos mais graves, pode ser necessário fazer tratamento de canal nos dentes afetados ou ainda tratar de distúrbios na articulação dos ossos da face, como maxilar, mandíbula e têmporas”, afirma a odontologista.
A odontologista ainda informa que, além do ranger de dentes, outros sinais apontam o surgimento do bruxismo, como os desgastes dentários, sejam leves ou severos; trincas no esmalte dentário; sensibilidade nos dentes; fraturas de dentes, raízes, restaurações, próteses, chegando até mesmo a fratura de implantes; dores de cabeça e na face, muitas vezes confundidas com dores de ouvido, sinusite ou até mesmo com dores de dente; marcas na parte interna das bochechas e na língua; zumbido no ouvido e dores e estalos ao abrir e fechar a boca.
Mas, afinal, o que pode causar esse distúrbio? Ainda segundo Fernanda Rezende, estudos apontam muitas razões para explicar o desenvolvimento do bruxismo, que pode ser causado por momentos emocionalmente instáveis, a exemplo do estresse ou como consequência de outras patologias, como a Doença de Parkinson.
“Estudos sugerem que existe relação com o estilo de vida e que pessoas que sofrem com ansiedade, estresse, refluxo gastroesofágico, alterações no sono e dificuldades de concentração seriam mais propensas a desenvolver o problema. Ranger ou apertar os dentes também pode aparecer em pessoas com distúrbios dos movimentos, como a Doença de Parkinson, doenças neurológicas, psiquiátricas, respiratórias do sono ou, ainda, pelo uso de álcool, fumo, drogas, alguns tipos de medicamentos e de cafeína”, pontua.
No caso das crianças, especificamente, a odontologista e docente orienta que os pais observem o padrão de respiração da criança durante a noite, porque, segundo estudos, o bruxismo também pode estar relacionado ao ato de respirar pela boca e às infecções das vias aéreas superiores.
Ela também informa que, apesar do bruxismo não ter cura, possui tratamento eficaz para o controle dos sintomas, como o uso de placas oclusais nos dentes.
“Há controle dos fatores de riscos como: tomar medidas para aliviar o estresse, praticar bons hábitos de sono, evitar cafeína à noite, além do uso de placas oclusais, receitadas pelo dentista. O uso de toxina botulínica para diminuir a intensidade da contração muscular também é indicada. Mas, para avaliar e aplicar o melhor tratamento, o paciente deve realizar essa visita ao dentista. Há casos em que é necessária a reposição de dentes ausentes ou, ainda, a correção de dentes tortos ou que não se encaixam corretamente”, reforça.
*Com Algo Mais Consultoria e Assessoria