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Lula precisa construir base política que crie relação republicana com o Congresso, diz Renan Filho

Para ele, essa é a questão mais fundamental no atual momento - e não a busca de mais recursos para o Orçamento 2023

Por Assessoria 06/11/2022 16h04 - Atualizado em 07/11/2022 00h12
Lula precisa construir base política que crie relação republicana com o Congresso, diz Renan Filho
Renan Filho (MDB) em entrevista a CNN Brasil - Foto: Reprodução

Para o senador eleito, as duas frentes que se abrem à frente de Lula, a formação de uma base e a garantia das promessas de campanha, entre elas, o Auxílio Brasil, precisam e podem ser tratadas sem atropelos, pois as reações políticas, institucionais e do mercado pós-eleição fortalecem o presidente eleito.

“Todos os partidos políticos que se posicionaram até agora não negaram apoio ao governo. Essa disputa por PEC ou por uma Medida Provisória, na verdade, são grupamentos da política se colocando à disposição para ajudar nesse momento. O primeiro momento é muito importante, mas o governo é uma batalha, praticamente, diária. As relações políticas têm que ser construídas sob bases republicanas que garantam o bom andamento do governo. Assim acredito que o presidente irá se movimentar”, afirmou.

Renan Filho acredita que a chamada PEC da Transição (proposta que tira despesas do teto de gastos para garantir projetos prioritários) cria dificuldades antes mesmo do governo ter início, pois implica numa disputa acirrada no Congresso, com a necessidade de um quórum qualificado para ser aprovada. E isso já teria começado a gerar movimentações por parte de grupos em troca de apoio, especialmente, dos partidos do Centrão, que querem manter o orçamento secreto.

Para ele, o que estaria posto agora é uma troca da aprovação da PEC pela manutenção do orçamento secreto. “Dizer que o presidente Lula está obrigado a manter o orçamento secreto para manter o Auxílio Brasil acho que é uma pressa desnecessária nesse momento. Primeiro, a gente tem dois meses, e segundo, o presidente vai iniciar as conversas com todo mundo, mas estão tentando passar a impressão que não há possibilidade de ter as duas coisas. O ideal é que o presidente mantenha o Auxílio Brasil e tenha uma base de sustentação que garanta um governo novo, capaz de ser reformista - o Brasil precisa disso -, e capaz de ter uma relação nova com o Executivo e o Legislativo, diferente dessa que o presidente Bolsonaro teve, que drenou, praticamente, toda a capacidade de investimento do país para obras e ações que o país não precisa. Acho que essa mudança que o presidente Lula vai trazer para o Brasil é importante”, finalizou.