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Dois em cada três brasileiros temem agressões por motivações políticas

Cerca de 3,2% da população afirmam que foram ameaçados, nos últimos 30 dias, em razão da escolha partidária ou política, revela pesquisa

Por Metrópoles 15/09/2022 14h02
Dois em cada três brasileiros temem agressões por motivações políticas
Guarda municipal Marcelo Arruda - Foto: Reprodução/Metrópoles

Dado inédito publicado, nesta quinta-feira (15/9), pelo Instituto Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) mostra que dois em cada três brasileiros (67,5%) afirmam ter medo de ser agredido fisicamente em razão de sua escolha partidária ou política.

Episódios de violência recentes mostram que discussões e divergências políticas acabaram em tragédia. Um dos casos ocorreu em Foz do Iguaçu (PR), no dia 9 de julho de 2022. O guarda municipal Marcelo Arruda (foto em destaque) comemorava 50 anos de vida, em uma festa com a temática do PT, quando o policial penal federal Jorge Guaranho invadiu o espaço e o assassinou a tiros, depois de gritar “Aqui é Bolsonaro!”

Em Confresa (MT), no dia 8 de setembro deste ano, outro episódio que ganhou repercussão. Um jovem matou o próprio colega de trabalho com 17 facadas após uma discussão política. A vítima era defensora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e quase foi decapitada com golpes de machado.

O terceiro ocorreu em São Paulo, no último dia 9, mas sem consequências trágicas. O candidato a deputado federal pelo PSol Guilherme Boulos afirmou, nas redes sociais, ter sido vítima de uma ameaça por um apoiador do presidente. Um homem que recusou o panfleto da campanha do candidato fez menção a Bolsonaro e afirmou estar armado.

Na pesquisa, 3,2% dos entrevistados dizem ter sido vítimas de ameaças, por motivos políticos, apenas no último mês. O levantamento foi feito entre 3 e 13 de agosto, e ouviu 2,1 mil pessoas.

“Esse número é alto, e preocupa porque a base da democracia é a agenda de direitos. Dos direitos de se expressar, de se manifestar, de votar. Então, quando temos uma população dizendo que tem medo, estamos vendo uma população que vai se manifestar menos, se engajar menos”, avalia a cientista política Mônica Sodré, diretora executiva da RAPS.