Um garoto de 11 anos, chamado Miguel, entrou em contato com a Polícia Militar, através do número 190, para contar que sua família estava passando fome e pedir ajuda. Ele mora com a mãe e com outros cinco irmãos, em Belo Horizonte, MG.

"Minha mãe só tava dando água e fubá para os meus irmãos. Estava chorando no canto, eu pedi o telefone e fui lá e liguei. Eu tinha que ligar", contou Miguel.

A mãe, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, disse que trabalhava com segurança civil. Desde o início da pandemia ela está desempregada e no vermelho, sobrevivendo com apenas alguns bicos. Por causa dessa situação, ela revela que não conseguiu comprar comida para a sua família há quase três semanas.

"Eu vivo do auxílio emergencial e o pai [das crianças] manda R$ 250. Mas não é todo mês que ele manda", contou a mãe. Segundo ela, o garoto fez a ligação escondido. Quando descobriu, ela elogiou a atitude do menino e sua inteligência em buscar ajuda.

Os policiais ficaram comovidos com a ligação e foram ao local que a família mora. Inicialmente, a suspeita é que seria uma ocorrência de maus-tratos. Mas, chegando lá, eles descartaram a possibilidade.

"A guarnição constatou que a família realmente passava por necessidades. Em 24 anos na Polícia Militar, nunca me deparei com uma situação dessas", contou o tenente Nilmar Moreira.

Diante disso, os policiais foram ao supermercado, fizeram compras e arrecadaram vários alimentos que doaram à família.