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Alagoanas conquistam medalha de bronze na Copa do Mundo de ginástica rítmica

08/06/2022 14h02
Alagoanas conquistam medalha de bronze na Copa do Mundo de ginástica rítmica
. - Foto: Reprodução

A Seleção Brasileira de Conjunto fez história. Com a participação de duas alagoanas, Duda Arakaki e Bárbara Urquiza, no último domingo (5), o Brasil conquistou a medalha de bronze na etapa de Pesaro, na Itália, da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica. O conjunto comandado pela treinadora Camila Ferezin, com uma bela apresentação na série mista, conseguiu a nota 28.650, ficando atrás apenas de duas medalhistas olímpicas em Tóquio: Itália (32.450) e Bulgária (29.850), e à frente de potências como China, Japão e Ucrânia. Para se ter uma ideia do nível de dificuldade da Copa do Mundo, o Brasil conquistara antes apenas uma medalha em etapas da Copa do Mundo: foi em 2013, em Minsk, a capital de Belarus.


A conquista, segundo Camila, indica que o Brasil está “no caminho certo” para fazer boas apresentações no Campeonato Pan-Americano do Rio, que será disputado em julho – trata-se do principal objetivo no primeiro semestre.


Na outra final do dia, a dos cinco arcos, o Brasil não conseguiu reeditar a belíssima performance mostrada na fase classificatória, quando alcançou a nota 31.850, que lhe daria a medalha de prata neste domingo. Ainda ressentindo-se de falta de melhor consistência, o que é natural neste início de período competitivo, o Brasil registrou a nota 27.250 e ficou na oitava posição.


No vestiário, Camila não escondeu a emoção com a conquista. “Essa coreografia é muito especial para mim. Foi montada com uma música que escolhi para homenagear o meu pai, que faleceu no ano passado”, disse a treinadora, referindo-se a Smile, música composta por Charles Chaplin em 1936 para ser o tema musical de Tempos Modernos. Foi só em 1954 que a melodia ganharia uma letra, de John Turner e Geoffrey Parsons. “A letra tem tudo a ver com ele”, acrescentou Camila, em homenagem a Lourival Ferezin.


A treinadora procurou sintetizar a importância da conquista. “Essa medalha veio a coroar o nosso trabalho, mostrando que o Brasil está entre os melhores do mundo, e isso logo no início do ciclo. A importância dessa medalha é muito maior quando se leva em conta a força dos adversários. Tivemos aqui cinco conjuntos que foram finalistas olímpicos em Tóquio”.


Camila afirma que a conquista não chega a surpreender. “Quando o novo código de notas foi publicado, vimos que a parte artística passou a ser muito valorizada, e percebemos que nossas chances cresceram. Agora há uma nota específica para a parte artística, e esse é um elemento do nosso trabalho que sempre arrancou muitos elogios, porque nossas coreografias costumam ser muito bonitas, criativas e artísticas. Só não esperávamos que esse resultado viria tão cedo”.


A treinadora não chegou nem a lamentar o infortúnio na primeira final disputada neste domingo. Na série de cinco arcos, o Brasil cometeu duas falhas significativas, o que afetou a nota. “O público italiano gosta muito de GR e lotou o ginásio. Isso deixou a nossa equipe um pouco nervosas. Quando acabamos a série de cinco arcos, a gente decidiu agarrar com unhas e dentes as nossas chances na mista, e deu no que deu”.


Camila destacou ainda uma curiosidade – a primeira medalha do Brasil em Copas do Mundo, a de Minsk, em 2013, também foi conquistada numa série de bolas e fitas.