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Mãe acusa agente de chamar seu filho de "negrinho" durante ronda no bairro

Genitora informou que o menino foi discriminado e sofreu pressão psicológica; caso aconteceu na Rua Barão de Alagoas, no Centro, onde a vítima fazia uma entrega

14/05/2022 07h07
Mãe acusa agente de chamar seu filho de 'negrinho' durante ronda no bairro
. - Foto: Reprodução

Uma mãe denunciou, nesta quinta-feira (12), que o filho de 17 anos foi agredido e sofreu injúria racial por dois agentes do Programa Ronda no Bairro. O caso aconteceu na Rua Barão de Alagoas, no Centro de Maceió, por volta das 10h50. O menino estava no local para fazer uma entrega.

O documento que consta o relato da mãe informa que o jovem transitava em uma bicicleta, em frente a um estabelecimento comercial do Centro de Maceió, quando passou por agentes motorizados do Ronda no Bairro.

"Um policial disse: 'pare seu negrinho! Para logo seu negro'. Como a bicicleta do seu filho estava com problema no freio, tentou parar com os pés e, como não conseguiu parar imediatamente, o mesmo policial proferiu um chute nas costas do seu filho, onde veio a cair no chão, causando várias lesões e escoriações", diz trecho do documento.

Em seguida, ainda de acordo com o Termo de Declarações, os quatro agentes pararam as motocicletas em que estavam, mas somente dois deles desceram dos veículos, sendo estes os responsáveis por desferir as agressões.

"Os quatro policiais pararam as motos, onde apenas dois desceram, e foram em direção ao seu filho, arrastando-o pela camisa. Em seguida, o pressionaram contra uma porta de rolo de um ponto comercial e passaram a proferir vários choques em sua barriga, em cima de uma cirurgia pela qual o mesmo passou recentemente", relatou a mãe à comissão da OAB/AL.

O documento também informa que, no momento da agressão, os agentes teriam feito pressão psicológica no adolescente, perguntando se o mesmo fazia uso ou estaria em posse de drogas. "Depois da sessão de tortura, um dos policiais, em tom de ironia, disse: 'seu negro, você quer que eu chame uma ambulância para você não cair mais'", diz outro trecho.

Após o caso, Claudevania, além de procurar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especial dos Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Capital - documento em que este portal de notícias também teve acesso.

Por meio de nota, o Programa Ronda no Bairro informou que a denúncia sobre o caso está sendo averiguada pela Superintendência do PRB, além de ressaltar que um processo administrativo está sendo aberto para averiguar a conduta dos agentes de proximidade da região.

"De antemão, destacamos que o Ronda no Bairro repudia todo e qualquer ato de agressividade de seus colaboradores ou qualquer outro indivíduo e atitudes como esta, se tiverem ocorrido, não serão toleradas", diz a nota.