Notícias
Cinemas de Maceió têm “Fora, Bolsonaro” outra vez. Agora no filme “Medida Provisória”

Cinco meses depois de Marighella e pouco mais de um mês após Transversais, salas de cinema em Maceió voltam a ecoar o grito de “Fora, Bolsonaro”. Agora isso ocorre com o filme Medida Provisória, que marca a estreia do ator Lázaro Ramos na direção de um longa-metragem. Quando os créditos de encerramento vão aparecendo, os primeiros gritos puxam o coro contra Jair Messias.
Assim como nas duas primeiras vezes, testemunhei pessoalmente essas demonstrações de repúdio ao presidente que é fã de tortura e torturadores. Fui ao Arte Pajuçara na noite da última quinta-feira 14, na segunda sessão do primeiro dia de Medida Provisória. Lotação esgotada. O filme já percorreu festivais internacionais, atrai público e tem forte repercussão no Brasil conflagrado que está aí.
A história é chamada de distopia: num futuro nem tão distante assim, o governo brasileiro decide “devolver” ao continente africano toda a população negra. No discurso oficial, com o slogan “Resgate-se”, o Ministério da Devolução anuncia que se trata de “reparação” ao povo que foi retirado arbitrariamente de sua pátria de origem. Como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
O anúncio do ministro parecia uma piada, mas rapidamente se materializa como o pesadelo que de fato é. Começa uma caçada aos brasileiros “anteriormente designados negros”, identificados agora como pessoas de “melanina acentuada”. Quem não se apresentar voluntariamente será “devolvido” à força. A polícia sai às ruas para capturar os alvos.
Tenho pra mim que Lázaro Ramos acerta na maioria das escolhas como diretor. Como diriam os especialistas, a obra tem várias camadas. Em algumas cenas, o humor é desconcertante, mas não exagerado, o que dá uma inquietante aparência de normalidade àquela aberração descrita na decisão governamental. Como um dos protagonistas, Seu Jorge, mais uma vez, deixa assinatura particular na construção de um tipo inclassificável.
O filme é a adaptação de uma peça de teatro de 2011, escrita pelo baiano Aldri Anunciação. Ao levar às telas a história de um país que decide se livrar de parte de sua população, Lázaro Ramos assume um engajamento que incentiva e sobretudo provoca o debate. Um debate urgente e necessário. Afinal o Brasil é um país racista. “Democracia racial”, definitivamente, é uma fraude conceitual. Por aí.
Fonte: Assessoria

As 10 mais lidas
Raça Negra é o cachê mais caro do Massayó Verão; confira os cachês
2Mulher Reage a Tentativa de Estupro com Golpe de Jiu-Jítsu e Mata Agressor em SP
3Junior Menezes começa implantação de iluminação de LED no Conjunto Newton Pereira
4Descubra quem é o brasileiro namorado da princesa Leonor da Espanha
5Bebê de 15 dias é levada dos braços da mãe a força em Novo Lino, interior de Alagoas
6VINHO MATA 99% DAS BACTERIAS QUE CAUSAM INFECÇÃO NA GARGANTA E CÁRIES NOS DENTES
7Banhistas são proibidos de usar guarda-sol em praia de Marechal Deodoro; caso reacende debate sobre privatização
8Número de evangélicos no Brasil aumenta 61,5%, aponta IBGE
9As Mulheres Mais Ricas do Brasil em 2024: Quem São e Como Construíram Seus Impérios
10Influenciadora Beatriz Miranda é encontrada morta com sinais de enforcamento dentro de carro incendiado
