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Estuprador condenado a 196 anos está há quatro meses foragido em Goiás

Condenado a quase 200 anos está há quatro meses foragido. No presídio, ele tinha regalias, conhecia agentes e era considerado "cela livre"

18/04/2022 07h07
Estuprador condenado a 196 anos está há quatro meses foragido em Goiás
. - Foto: Reprodução

A fuga do presídio daquele que é considerado um dos maiores estupradores de Goiás, acusado de cometer mais de 100 estupros e condenado a quase 200 anos de prisão, completou quatro meses nesse domingo (17/4). A investigação não descarta a hipótese de que possa ter ocorrido alguma facilitação dentro do sistema prisional.

Ele sumiu quando fazia a limpeza da área externa de uma estrutura do sistema prisional do estado.

Até então, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) e a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) não conseguiram descobrir o paradeiro de Wanderson Alves Carvalho, conhecido também como Dentinho ou Mulato, de 47 anos.

O homem que aterrorizou mulheres de Goiânia e região no início dos anos 2000 e que foi encontrado pela polícia em 2004, escondido numa grota em Paraúna(GO), a 160 km da capital, segue nas ruas e, ainda, com muitos anos de prisão para cumprir.

Dentinho fugiu do Complexo Prisional de Goiânia  na noite do dia 17 de dezembro. Era uma sexta-feira. A investigação trabalha com algumas possibilidades, sobretudo com a chance de que possa ter ocorrido alguma “ajuda” por parte de agentes prisionais.

Ação criminosa

Dentinho agiu entre 2001 e 2004, em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Para cometer os estupros, ele costumava usar uma bicicleta, vestia boné e bermuda. Ele abordava, principalmente, mulheres jovens que estivessem sozinhas na rua, com foco em universitárias. A tática dele era quase sempre a mesma.

O estuprador pedia uma informação na rua e, quando a mulher ia responder, ele a ameaçava com uma arma. Em seguida, a vítima era levada para uma área baldia, onde ele não só praticava o estupro, mas também roubava pertences, como joias e celulares. Em Aparecida de Goiânia, outras 51 mulheres registraram ocorrência contra ele e 11 o reconheceram, assim que o viram.

Condenação

Dentinho é considerado um homem perigoso. Ele foi condenado a mais de 196 anos de prisão, por crimes como estupro, violação sexual mediante fraude, porte ilegal de arma de fogo, estupro de vulnerável e outros.

Mesmo diante dessas características, ele conseguiu estabelecer relações e condições favoráveis dentro do presídio. Devido ao tempo preso e ao bom comportamento, ele usufruía de certas regalias.

Fuga

Dentinho teria se aproveitado do momento em que fazia o trabalho de limpeza para fugir do presídio, de acordo com o que foi informado inicialmente pela DGAP.

No dia 17/12, ele foi escoltado da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), unidade onde ele estava detido, até a base do Grupo de Guaritas e Muralhas (GGM), que fica nas dependências da Gerência de Segurança, para fazer a limpeza do local.

A fuga de Dentinho só se tornou pública dois dias depois. No Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), é possível pesquisar o nome dele e verificar que foi expedido um novo mandado de prisão para recapturá-lo.

Assinado pela juíza Telma Aparecida Alves, da 1ª Vara de Execução Penal, o documento foi expedido no dia 15 de janeiro deste ano e tem validade até dezembro de 2041.