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Morador de rua espancado por personal diz que perdoa o agressor e revela ter medo de ser incriminado

25/03/2022 14h02 - Atualizado em 25/03/2022 14h02
Morador de rua espancado por personal diz que perdoa o agressor e revela ter medo de ser incriminado
. - Foto: Reprodução

O caso do morador de rua espancado por personal, que o flagrou tendo relações sexuais com sua mulher, está chamando bastante atenção dos internautas nos últimos dias. A vida de Givaldo Alves de Souza, de 48 anos, mudou bastante depois que as imagens de uma câmera de segurança que registraram o momento do ocorrido vazou na internet, há duas semanas.

Entrevistado pela UOL, Givaldo afirmou perdoar o personal trainer Eduardo Alves, que o agrediu, e revelou ter medo de ser incriminado, caso o que aconteceu seja considerado abuso sexual, uma vez que a vítima afirma que estava tendo um “surto psicótico” e o marido acusa o morador de rua de ter abusado de uma pessoa em situação de fragilidade. Givaldo disse que tem ciência de que sua situação poderia ser bem pior caso não houvesse provas da ocorrência e de sua inocência, pois, segundo ele, ele foi seduzido por ela. "Deus é tão maravilhoso que fez aquela mulher me parar debaixo de uma câmera", disse.

"No hospital, senti medo do que poderiam me acusar. Conversei com dois modestos senhores, que acredito que eram policiais e eles me tranquilizaram, mesmo após um aviso que ficou ecoando em minha mente: "Então, cara, você tem que cuidar. Eles querem te empurrar um estupro", disse um dos homens.” Fiquei preocupado nessa hora. Eu frequento a igreja católica ou a evangélica. Eu não tenho essa índole. Eu não preciso disso. [...] Isso [estupro] nunca aconteceu e nunca vai acontecer.”, contou o sem-teto.

Givaldo está em situação de rua em Brasília desde dezembro de 2021, sendo amparado por um abrigo de Ceilândia (DF). No momento, ele ainda está se recuperando das lesões e contou que quebrou uma costela e que não está conseguindo andar e respirar direito de tanto dor que está sentindo. “No hospital era insuportável. Seja para virar na cama, seja para levantar ou para dar um passo", contou ele.

A Polícia Civil está investigando o caso, que até o momento está classificado como "legítima defesa de terceiros", já que o personal alegou ter agredido Givaldo porque pensou que testemunhava um caso de estupro envolvendo a esposa, que depois afirmou ter sido consensual. A violência sexual não foi confirmada pela investigação até agora.