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Como JHC “driblou” a crise financeira da prefeitura? Secretário revela “milagre”

Maceió segue com dificuldades, mas aparentemente a situação é mais confortável do que se esperava

Por Blog Edivaldo Júnior com Jornal de Alagoas 05/03/2022 16h04
Como JHC “driblou” a crise financeira da prefeitura? Secretário revela “milagre”
Prefeito de Maceió JHC - Foto: Assessoria

Sem experiência em gestão pública, prestes a assumir uma prefeitura que tinha um caixa com déficit esperado de mais de R$ 400 milhões para o ano de 2021, o primeiro de sua administração, João Henrique Caldas assumiu a prefeitura de Maceió sob o olhar cético de alguns – senão a maioria – dos políticos alagoanos.

“Não vai dar quatro meses e ele vai atrasar a folha”, me disse em “off” um dos mais importantes políticos alagoanos poucos dias depois da eleição.

Não foi o que se viu. Contrariando as expectativas, JHC fechou o primeiro ano da gestão “driblando” as dificuldades de caixa nos primeiros meses de gestão e fecho o ano anunciando investimentos de R$ 177 milhões, “o dos últimos 20 anos”, conforme registro do Gazetaweb.

Ao longo do ano, algumas outras gestões que demandaram aumento de despesas, a exemplo do pagamento de verbas extras para servidores da Educação ou do reajuste salarial para o funcionalismo, apontavam para uma situação diferente da esperada nas finanças.

Para muitos políticos, especialmente os adversários, seria um “milagre” JHC sobreviver ao primeiro ano de gestão sem enfrentar problemas de caixa, com atrasos de pagamento, inclusive da folha.

A prefeitura segue com dificuldades, mas aparentemente a situação é mais confortável do que se esperava.

E o “milagre”, aponta João Felipe Borges, secretário de Economia de Maceió, foi mais simples do que se imaginava: cortar gastos de um lado, aumentar a receita do outro

Falar é fácil, mas quando se trata de mexer com o bolso…

“Quando começamos a gestão a receita média mensal era de R$ 115 milhões, enquanto as despesas chegavam próximo a R$ 140 milhões. A partir de medidas mais duras, conseguimos reduzir gastos de um lado e aumentar a arrecadação do outro. Fechamos o ano com média de R$ 133 milhões / R$ 135 milhões considerando despesa e receita”, explica João Felipe.

O secretário reconhece que teve ajuda de fatores inesperados, a exemplo do aumento de arrecadação decorrente da inflação ou do crescimento econômico no ano passado, além de recursos de empréstimos feitos na gestão anterior que viabilizaram um volume de investimentos acima da média em Maceió. Mas também pontua que teve de lidar com problemas inesperados, a exemplo do atraso de alguns fornecedores (caso da coleta de lixo) ou da previdência.

“Conseguimos lidar com as dificuldades em função de um conjunto de fatores, mas especialmente porque o prefeito teve a capacidade de arrumar a casa, cortando gastos e promovendo medidas para fortalecer a arrecadação, sem prejuízos dos serviços prestados a população ou do pagamento a servidores e fornecedores”, pondera.

Para 2022, João Felipe aposta numa situação fiscal melhor. De um lado vai trabalhar para incrementar receitas próprias (IPTU, ISS, ITBI etc), usando ferramentas que vão da comunicação a inteligência artificial (sistema de malhas) e do outro, vai ajudar JHC a buscar recursos “extras”. Nessa conta cabem polêmicas como Braskem e BRK. Mas essa é outra história.