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Alagoano faz sucesso com miniaturas de cenas famosas do cinema e cenários do cotidiano

Hobby foi intensificado na pandemia e, com a internet, produção alagoana vem fazendo sucesso

06/02/2022 17h05
Alagoano faz sucesso com miniaturas de cenas famosas do cinema e cenários do cotidiano
Web designer Tom Carvalho produz miniaturas de cenas famosas ligadas à cultura pop - Foto: Cortesia/Acervo Pessoal

A vida cotidiana, cenas famosas do cinema ou cenários de datas comemorativas ganham vida e perenidade nas mãos do alagoano Tom Carvalho, que se dedica a construir dioramas - ou miniaturas colecionáveis. Uma das peças, inclusive, foi parar na Inglaterra, após um britânico que trabalhou na produção do filme Indiana Jones se interessar pela obra.

Assim como é para Tom, fazer miniaturas é a paixão de muitos alagoanos e vem ganhando destaque na internet. De acordo com os artistas, a atividade surgiu durante o extenso período de distanciamento social, decorrente da pandemia de covid-19.

Tom Carvalho, que é web designer, diz que as miniaturas que produz são caprichadas e só saem do papel após uma pesquisa minuciosa, para que os detalhes não deixem a desejar. Durante a pandemia, ele montou 10 maquetes, o que ajudou o alagoano a ocupar o tempo livre.

Ele conta que foi pego de surpresa quando recebeu a proposta de vender a maquete do filme Indiana Jones. Mesmo percebendo o sucesso das criações nas redes sociais, Tom nunca teve o desejo de transformar o hobby em fonte de renda, pois, além de querer manter a saúde mental, não queria ter compromisso com prazos.

“No começo, achei que se tratava de uma brincadeira, até pela considerável quantia oferecida", conta o alagoano. "Depois, ele se apresentou como uma pessoa que trabalhou na produção de um dos antigos filmes e mostrou uma vasta coleção de itens relacionados ao personagem Indiana, foi aí que vi que se tratava de algo verídico e prosseguimos até fecharmos o negócio. Vendi só porque foi uma oferta irrecusável", diz o web designer.

ISOLAMENTO CRIATIVO

De acordo com ele, mesmo já tendo apreço pelas miniaturas, foi a pandemia que o levou a fazer algo diferente do que costumava. O web designer, que coleciona bonecos (action figures), uniu o hobby ao tratamento da síndrome de burnout, com a qual foi diagnosticado após o começo das medidas de distanciamento social.

“Fui estimulado a fazer alguma coisa extra-computador pela minha médica, que tinha me diagnosticado alguns meses antes com a síndrome de burnout (que está relacionada a excesso de trabalho). Comecei fazendo cenários simples para compor os bonecos que eu tinha, nunca achei que o resultado fosse ficar legal, porém, a medida que eu ia fazendo, postando, meus amigos e seguidores começaram a elogiar bastante", conta.

Tom também afirma que, mesmo depois da primeira venda, ele pretende deixar a criação das maquetes apenas como hobby.

“Eu transformo quase tudo que está ao meu redor em trabalho, seja criando um site, uma logo, até mesmo desenhando camisas para clubes de futebol, em especial para o meu time de coração, o CSA, para o qual desenhei as camisas de 2017 a 2021. No caso das maquetes eu prefiro que continue sendo um passatempo, para eu poder criar livremente, sem amarras de prazos ou pedidos”, disse Tom.

Além de Tom, o engenheiro civil André Falcão, que trabalha há 10 anos restaurando brinquedos antigos e produzindo miniaturas de cenários de filmes e desenhos infantis, a quantidade da produção durante a quarentena foi significativa.

De acordo com ele, no período de isolamento, os pedidos aumentaram. "Produzi muito para amigos, clientes antigos e até para mim mesmo. Vendi coisas que nem pensava em vender”, conta ele.

ARTE PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

Muitos criadores buscam inspiração nas lembranças da infância e adolescência. Fã de filmes, desenhos e séries dos anos 80, André Falcão viu nas miniaturas uma nova possibilidade de renda e de viver momentos nostálgicos, buscando sempre inspiração na “melhor década”.

“Eu já era muito fã de filmes, desenhos e séries e sempre gostei de brincar com bonecos, tinha a vontade de fazer os personagens que eu gostava na minha infância e pré-adolescência, então fui atrás de escolas que ensinassem escultura e, por sorte, uma escola aqui de Maceió tinha aberto essa turma de escultura tradicional", explica. "Foi aí que vi que, agora sim, eu poderia esculpir os personagens e, desde então, procuro sempre tá estudando e trocando ideias com clientes e outros artistas. Sempre buscando o melhor de mim", afirma André.

Ele também conta que o gosto por miniaturas vem sendo passado para a próxima geração. Segundo ele, o filho Noah, de 2 anos e 11 meses, já começou a gostar dos bonecos e saber quem é cada um deles. “Foi bem natural essa descoberta dele por miniaturas. Pretendo passar pra ele, mais tarde, a importância de colecionar e de saber que cada peça tem sua história”, finaliza.

Fonte: Gazetaweb

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