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Não há registro de mortes de crianças causadas por vacinas contra Covid no Brasil

Vídeo com montagem diz que meninas morreram depois de se imunizar, mas Ministério da Saúde diz que nenhuma criança ou adolescente com menos de 18 anos veio a óbito no Brasil por efeitos pós-vacinação; veja por que vídeo é falso

31/01/2022 20h08
Não há registro de mortes de crianças causadas por vacinas contra Covid no Brasil
. - Foto: REPRODUÇÃO

É falso que uma menina tenha morrido na Bahia após se vacinar contra a Covid-19 como afirmam vídeos compartilhados em redes sociais.

Segundo o Ministério da Saúde, nenhuma criança ou adolescente com menos de 18 anos veio a óbito no Brasil em consequência de evento adverso pós-vacinação.

A Secretaria Estadual de Saúde da Bahia também afirma não haver registro de morte de criança em decorrência da aplicação da vacina, ou mesmo casos em investigação que se enquadrem no perfil das meninas mostradas nos vídeos.

O Projeto Comprova verificou vídeos, áudio e fotos que circulam no Facebook, no Instagram e no WhatsApp que dizem que uma menina morreu após receber o imunizante contra a covid-19. Em outro vídeo, que circula por WhatsApp, é feita uma edição que une trechos de dois desses vídeos com os dizeres: “Mais uma criança veio a óbito” e a imagem de uma seringa.

É falso que uma menina tenha morrido após ser vacinada contra a covid-19 no Brasil. Em nota enviada ao Comprova no dia 27, o Ministério da Saúde disse que ninguém com menos de 18 anos faleceu após receber o imunizante no país.

Os vídeos que circulam na internet mostram crianças passando mal em dois momentos: vomitando em um balde e se queixando de dores em um leito hospitalar. As características físicas são aparentemente distintas. Esses vídeos foram compartilhados separadamente, com a atribuição de nomes diferentes às crianças.

Porém, há uma versão editada, que circula por WhatsApp, que une os dois trechos, dando a entender que seriam imagens de uma mesma menina e que ela teria morrido como consequência da aplicação da vacina contra a covid-19.

Nos diferentes conteúdos que circulam, as meninas são chamadas por vários nomes e há informações desencontradas sobre as cidades de origem. Mas em um dos vídeos é possível ver, ao lado de uma delas, um menino que usa o uniforme escolar da rede municipal de Salvador, na Bahia.

A Secretaria Estadual de Saúde da Bahia informou ao Comprova que o estado não registrou nenhuma morte decorrente de evento adverso pós-vacinação. O Estado também disse que não há nenhum caso em investigação que se enquadre no perfil de uma pessoa do sexo feminino com menos de 18 anos.

O painel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que registra os eventos suspeitos de farmacovigilância, diz que o único caso suspeito registrado na Bahia para a vacina da Pfizer foi de um homem adulto.

Outras mensagens sugeriam que uma das meninas teria sido atendida em Manaus. A Secretaria de Saúde do município foi procurada, e informou ao Comprova que não há registro de evento adverso grave pós-vacinação em menores de 18 anos na cidade. O painel da Anvisa aponta que, até o momento, não há nenhum caso de reação adversa suspeito para o imunizante da Pfizer em todo o estado do Amazonas.

O Comprova ouviu a mulher cujo número de WhatsApp aparece em algumas postagens compartilhando o áudio que seria da mãe da criança. Ela disse desconhecer a família e afirmou que recebeu o conteúdo de outros grupos e apenas o compartilhou porque estava em busca de informações sobre o episódio.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado.

Como verificamos?


Primeiro, procuramos por informações nos conteúdos suspeitos que pudessem nos indicar de onde eram as meninas que aparecem no vídeo e nas fotos e seus nomes. Além do uniforme da rede municipal de Salvador, algumas mensagens indicavam que ela poderia ter sido atendida no Hospital Estadual Costa do Cacau, que fica na cidade de Ilhéus, na Bahia, ou no Hospital Santa Izabel, uma Santa Casa em Salvador. Dois comentários no Instagram sugeriam que as imagens de ao menos uma das meninas seriam de Manaus, no Amazonas.

O Comprova procurou o Ministério da Saúde, a Anvisa, o Conselho Estadual de Saúde baiano e as secretarias de saúde da Bahia, de Salvador e de Manaus, em busca de informações sobre eventos adversos graves associados à vacinação em pessoas do sexo feminino que tivessem menos de 18 anos.

Também procuramos por e-mail o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH), que administra o Hospital Estadual Costa do Cacau, e o Hospital Santa Izabel pelo número de WhatsApp disponível no site.

O Comprova ainda procurou o Ministério Público do Estado da Bahia a respeito do compartilhamento dos vídeos.

Entramos em contato por WhatsApp com o número da mulher que, segundo alguns dos conteúdos, teria compartilhado o áudio associado à mãe de uma das crianças.

Por fim, buscamos os perfis que compartilharam as imagens das crianças e um outro que postou um vídeo que, supostamente, seria o relato da tia de uma das meninas negando a relação da morte com a vacina contra a covid-19.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 31 de janeiro de 2021.

Verificação


Nenhuma criança morreu após a vacinação

Fonte: 7Segundos 

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