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Alagoanos sentem exaustão de fim de ano e falam sobre burnout; especialistas falam sobre esse problema

20/12/2021 07h07 - Atualizado em 20/12/2021 08h08
Alagoanos sentem exaustão de fim de ano e falam sobre burnout; especialistas falam sobre esse problema
Síndrome de Burnout - Foto: Reprodução

O termo exaustão tem sido buscado com frequência por alagoanos no Google. Segundo a ferramenta de busca, o estado aparece em 8º lugar no ranking de unidades da federação do país.

A exaustão pode estar associada ao trabalho, já que a Síndrome de Burnout atinge cerca de 30% da população brasileira. Para piorar, Isma (International Stress Management Association) estima que o estresse aumente em torno de 75% no último mês do ano.

Esse é o caso de Fernanda (nome alterado a pedido da personagem), de 35 anos. Ela disse que com o fim do ano, as demandas aumentaram e que praticamente não tem mais momentos de descanso. “Passo o dia online porque trabalho com o digital. Os clientes me cobram, eu me cobro e acabo tornando isso um ciclo vicioso. Li e vi que posso estar vivendo a síndrome de burnout".

Fernanda conta que tem ficado mais estressada, impaciente e sente dores de cabeça diariamente. Além disso, o excesso de trabalho tem feito com que ela acorde desanimada no dia seguinte.

“Tremo só de pensar. Notei que isso aconteceu do mês passado pra cá. É muito triste que esteja passando por isso. Só que penso que se eu não produzir, não vou ter dinheiro para pagar as contas”, explica.

Apesar dessa exaustão já percebida, ela não procurou apoio profissional. “Não tenho tempo nem para isso, mas reconheço que preciso de ajuda”.

A psicóloga Adelayde França disse que a pandemia potencializou essa exaustão. “As mulheres, por exemplo, que trabalhavam em casa e ainda têm filhos, ficam mais cansadas mentalmente. Além das incertezas que a pandemia trouxe”, diz.

Adelayde afirma ainda que a exaustão não é cansaço. “É mais do que isso. O cansaço, nós conseguimos descansar e recuperar. A exaustão é mais ligada à fadiga. É mais difícil focar no agora”, explica.

A psicóloga destacou que a terapia funciona é um processo de autoconhecimento e que ela é essencial para que se previna para a síndrome de burnout. “Um dos sinais mais presentes é a fadiga. Ela acaba ligando a todo resto. Uma pessoa com fadiga não consegue dormir, a cabeça não consegue parar. É preciso pausar quando a pessoa percebe que
tem algo errado e procurar ajuda”.

Dois chips

A administradora Rafaela Santos, de 29 anos, disse que começou a adoecer por causa do excesso de trabalho e que por isso precisou tomar algumas medidas. “Tenho dois chips. Um deles é pro trabalho e outro para a minha vida pessoal. Foi a melhor coisa que fiz”, diz.

Ela contou que muitas pessoas a criticaram, mas que ela sabia que estava fazendo o melhor para a sua saúde. “Se eu continuasse no ritmo que eu estava de trabalhar fora do trabalho todos os dias, ia adoecer mais seriamente. Sei que estava iniciando um quadro de burnout. Então resolvi fazer isso por mim. Mês que vem começo a terapia que vai me ajudar mais ainda”.

Rafaela disse que antes de tomar essa decisão ela estava tendo tremedeira, palpitações, dores de cabeça e irritabilidade. “Teve um dia que tive tanta tremedeira que precisei
tomar um remédio para acalmar. Foi aí que percebi que não merecia continuar nessa vida”.

A psicóloga Roseanne Albuquerque reforça que é preciso estar atento a alguns sinais.“A mente começa a demonstrar sinais de cansaço como a falta de concentração, dores pelo corpo, alterações do humor, diminuição da libido, entre outros”, diz.

Ela também enfatiza que o cansaço impacta na tomada de decisões, inibe a produtividade e a criatividade.

Segundo ela, além da terapia, algumas alternativas podem ajudar. “A prática do exercício físico, momentos de lazer, organização da rotina, entre outros”, finaliza.

Fonte: Cada Minuto