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Em Maceió, cantor Diogo Oliveira estreia espetáculo Coisa de Preto e Favela Parque realiza edição especial
Programação começa às 9h na Praça Deodoro com diversas atividades até às 20h, quando tem início o concerto no palco
A festa que celebra os 111 anos do Teatro Deodoro, patrimônio cultural de Alagoas, realizada pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) com co-realização do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), começa mais cedo nesta quarta-feira (17). A partir das 9h, tem início o 1ª Favela Parque Edição Especial de Aniversário do Teatro Deodoro, da Rede Criativa de Empreendedores das Favelas e Territórios da Cultura de Alagoas, que trará feira com negócios criativos das favelas de Alagoas, exposição de produtos, espaço para crianças e apresentações artísticas.
O Favela Parque será um espaço de interação constante com a comunidade e que se propõe a ter uma feira de empreendedores criativos, vindos das favelas e territórios de cultura ancestral, com produtos que vão desde a gastronomia até o artesanato, de bens culturais únicos, como os doces de mestras, por exemplo.
“Essa edição do Favela Parque tem um sabor muito especial, por conta da comemoração do aniversário de 111 anos do Teatro Deodoro, nada mais significativo do que colocar a arte que é feita nas ruas, nas comunidades, das favelas aos territórios quilombolas e indígenas, numa praça, comemorando junto à essa casa que recebe, faz interlocução e fala com todos os públicos da cultura alagoana. Esse lugar que é de afeto e de resistência, o Teatro Deodoro”, comemora Keka Rabelo, produtora cultural e uma das organizadoras do Favela Parque.
As atividades na praça se encerram às 20h, quando tem início a programação no palco do Teatro Deodoro, o aniversariante, com a apresentação do espetáculo Coisa de Preto – Um concerto à brasileira com Diogo Oliveira (voz), Rafael Simonaci (piano), Wilson Santos (percussão) e direção de Carlos Alberto Barros,
O ingresso custa R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada). As vendas estão sendo feitas clicando aqui
Será uma noite de celebração em dose dupla. Além do aniversário do teatro, neste espetáculo, Diogo Oliveira comemora seus vinte anos de carreira, apresentando ao público o seu novo concerto. O canto lírico faz parte da vida do tenor desde o primeiro ano da universidade, onde cursou bacharelado em canto. Como ele mesmo define: “o canto lírico me trouxe para dentro das ciências da voz, estudar essa ciência me fascina e me faz estar sempre atuante como profissional da voz”.
O espetáculo “Coisa de Preto”, além da data comemorativa de aniversário do teatro, também marca a Semana da Consciência Negra, um momento para refletir e o espetáculo também vem com essa função de fazer pensar, estimular a auto-aceitação e o empoderamento.
“O nome sugere ressignificar, uma expressão chula, pejorativa, racista. Essa expressão “Coisa de Preto” é para mostrar de fato o que é uma coisa de preto, um concerto belo, luxuoso, forte, em que a ancestralidade estará muito presente e, principalmente, a imagem do preto, enquanto realeza africana. Antes de eles serem sequestrados e escravizados, pois essa a realidade deles, eram reis e rainhas, príncipes e princesas, dentro de suas tribos na “Mãe África”. Essa também é uma função do espetáculo, o resgate dessa imagem de realeza, do preto empoderado”, explica Diogo Oliveira.
Segundo Diogo, o “Coisa de Preto” traz as raízes do ritmo brasileiro como o lundu, maxixe, o próprio batuque africano, fazendo um resgate dessas células rítmicas/musicais, que estão presentes e integram a construção da música brasileira que temos hoje. Então, será uma volta ao passado, como, por exemplo, na época de Chiquinha Gonzaga, quando ela misturava sua música com ritmos europeus, além do próprio batuque preto, fazendo surgir uma nova célula rítmica, que é presente até hoje, tornando o “ Coisa de Preto” um espetáculo muito rico.
“Fazer parte da programação de 111 anos do Teatro Deodoro é um presente, algo maravilhoso porque ele é a nossa principal casa de espetáculos do estado e tem toda uma história de resistência artística e de manter viva a cultura local do estado, além de ser uma porta de entrada para a cultura nacional. É uma grande felicidade fazer parte desse momento, ou seja, eu estou ganhando o presente”, conclui Diogo Oliveira.
Fonte: Diteal/Hannah Copertino