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Hospitais e clínicas recusam atender segurados do Ipaseal

Veredas cancela contrato com o Estado e cobra R$ 8 milhões; novo presidente do órgão diz que pagamentos estão em dia

16/11/2021 07h07 - Atualizado em 16/11/2021 08h08
Hospitais e clínicas recusam atender segurados do Ipaseal
Ipaseal Saúde, situado na Rua Cincinato Pinto, no Centro - Foto: Reprodução

A maioria dos 4,5 mil associados do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores de Alagoas reclama de vexame que enfrenta na hora de buscar atendimento médico, cirurgias e exames nos hospitais e clínicas conveniadas.

As unidades mandam o segurado do Ipaseal buscar outro hospital, acusam o Estado de limitar o atendimento e de não pagar pelos serviços prestados. Um dos hospitais conveniados – o Veredas – fez o “destrato judicial do contrato de prestação de serviços com o Ipaseal” por causa de supostas dívidas que passam de R$ 8 milhões.

Há 100 dias no cargo, o novo presidente do instituto, Adeilson Bezerra, confirmou o “destrato” do Veredas, mas nega dívidas em atrasos com hospitais e clínicas.

O plano de saúde do Executivo estadual tem despesa mensal de R$ 2 milhões com a rede de atendimento mantida por três hospitais e mais de 30 clínicas. O Ipaseal funciona num prédio antigo da Rua Cincinato Pinto, no Centro de Maceió, que precisa de reformas. Os elevadores de lá estão quebrados.

Até o presidente do órgão é obrigado a subir quatro andares pela escada, diariamente. Hoje, o órgão tem um deficit mensal de R$ 350 mil referente ao custeio. O governo repassa apenas R$ 100 mil, revelou uma fonte da repartição.

O programa “TV Mar News”, da TV Mar, mostrou o drama de um grupo com mais de 90 segurados do Ipaseal. Eles enfrentam o “vexame” e a peregrinação para tentar conseguir atendimento em hospitais e clínicas conveniadas. Na maioria das vezes esses segurados são mal recepcionados e não conseguem atendimento.

Duas representantes do grupo, Nadja Vilela e Gláucia Maria de Oliveira, cobram “atendimento digno” para os segurados do pano de saúde do Estado. Em nome dos pais, que são usuários há mais de 20 anos, Gláucia Oliveira revelou que a família enfrenta constrangimento e humilhação quando buscam atendimento e diz que é para segurado do Ipaseal.


“Meu pai e minha mãe fazem tratamento pelo SUS porque não conseguem o atendimento que o instituto promete”. Ao explicar como ocorre o atendimento aos segurados, ela revelou que os hospitais e clínicas atendem cerca de 400 por mês. “A gente liga para ver se é possível agendar, negam com a alegação de que as cotas previstas já foram preenchidas. Em seguida, mandam ligar depois de 30 dias para ver se tem vaga”.

Ela revelou ainda que um dos hospitais conveniados para pronto atendimento (o Alvorada) não consegue atender à demanda e os casos mais complexos.

“Ha relatos de pacientes de urgência que não conseguiram atendimento adequado e foram transferidos para o Hospital Geral do Estado. São inúmeras as reclamações deste tipo”.

Ao enumerar algumas das reivindicações, a outra representante do grupo, Nadja Vilela, solicitou que não seja mais debitado da conta do segurado o valor do plano antes que o Estado deposite o salário ou a aposentadoria na conta bancária.

“Os usuários são obrigados a descontar de seus cheques especiais para pagar o plano de saúde. Já fizemos esse apelo várias vezes, e o problema persiste. O banco faz o desconto automático na conta-salário do segurado, antes de ele receber seus proventos”.

Ela reclamou ainda de reajuste dos planos. Com relação à recusa de pacientes, ela citou casos como o de uma senhora que tentou se consultar no hospital Vereda.

O atendente, ao identificar que a paciente era segurada do Ipaseal, mandou buscar outro hospital. Existem casos como o de uma paciente cardiopata que buscou um dos hospitais conveniados para atendimento de urgência. A paciente faleceu por falta de estrutura da unidade hospitalar.

Fonte: Gazeta Web