Notícias

Moradores de bairros afetados pela mineração pedem novo mapa da região de risco: "medo de tremor"

Solicitação faz parte de uma série de reivindicações feitas após novo abalo sísmico na região; Defesa Civil suspendeu as atividades da Braskem no local do tremor

10/11/2021 19h07
Moradores de bairros afetados pela mineração pedem novo mapa da região de risco: 'medo de tremor'
Os prejuízos econômicos e psicológicos são externados por moradores e empresários da região, que vivem um sentimento de incerteza acerca da situação nos bairros - Foto: Secom Maceió

O tremor de terra registrado nos bairros Pinheiro e Mutange, no último dia 5 de novembro, reascendeu a preocupação de moradores da região acometida pelo afundamento do solo em Maceió. Durante reunião realizada nesta quarta-feira (10), com a Defesa Civil do Município e o GGI dos bairros, representantes dos moradores solicitaram a criação de um novo mapa de risco, que deve incluir outras áreas do bairro. Além disso, eles cobraram explicações acerca do mais recente evento sísmico na localidade.

Os prejuízos econômicos e psicológicos são externados por moradores e empresários da região, que vivem um sentimento de incerteza acerca da situação dos bairros. “Nós não conseguimos dormir direito com medo que um novo tremor aconteça. Eu mesmo tinha um consultório fora do Mapa 04 e tive que fechar o meu negócio, porque perdi todos os meus clientes, que tinham medo de vir ao Pinheiro”, relatou Andréa Alpoin, dona de uma clínica no bairro.

O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, informou que ainda não existem confirmações científicas de que o tremor registrado no entorno da área do mapa 4 tenha relação com o afundamento causado pela exploração de sal-gema.

"Nós vamos realizar novas vistorias nesses imóveis que registraram o tremor e vamos buscar novas evidências que precisam ser estudadas para que a gente possa se posicionar”, explicou o coordenador.

Já o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros, Ronnie Mota, afirmou que a Prefeitura de Maceió segue atuando no caso e que o novo tremor já entrou em discussão. “Não temos como ignorar esse fato. A Defesa Civil vai sempre tratar o fato de forma técnica, mas nós devemos avançar buscando os outros lados e impactos desse problema que aflige uma grande parte da população de Maceió."

A terra tremeu

Moradores do Conjunto Morada das Árvores, localizado no bairro Pinheiro, relataram os momentos de pânico após um abalo sísmico que durou cerca de 12 segundos, na última sexta-feira (5). De acordo com a Defesa Civil, o abalo sísmico de Magnitude Local (Equivalente a Richter) de 1,41 foi identificado a uma profundidade de aproximadamente 200m, por volta das 11h23.

O abalo ocorreu próximo ao prédio histórico do Hospital José Lopes, onde a Braskem está fechando poços.

De acordo com o Coordenador da Defesa Civil, o tremor foi causado por uma sonda, que está localizada a 180 metros de profundidade. O aparelho se encontra próximo a um hospital psiquiátrico da região.

Perfurações suspensas


Após uma reunião com técnicos da empresa, a Defesa Civil de Maceió determinou que as atividades onde ocorreu o tremor fossem suspensas. As atividades poderão ser retomadas após a conclusão de estudos adicionais sobre o evento.

Os técnicos da Braskem explicaram que duas das atividades desenvolvidas pela empresa para o preenchimento das minas podem ter provocado o abalo sísmico. A primeira é que as equipes estavam perfurando um dos poços, que está a aproximadamente 700 metros de profundidade, para poder proceder com o preenchimento das cavidades, o que ocorre numa cavidade vizinha. A segunda hipótese é de que um tubo que era usado na extração de sal-gema, que estava dentro da cavidade, pode ter se deslocado e provocado o sismo.


Fonte: Gazetaweb

Tags: