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Câmara aprova texto-base da PEC dos Precatórios em segundo turno

PEC define o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos

09/11/2021 23h11 - Atualizado em 09/11/2021 23h11
Câmara aprova texto-base da PEC dos Precatórios em segundo turno
Câmara dos Deptados - Foto: Reprodução

A Câmara garantiu uma vitória para o governo ao aprovar na noite desta
terça-feira, 9, em segundo turno, a PEC dos Precatórios, que estabelece
um limite anual para o pagamento das dívidas da União e muda a regra de
correção do teto de gastos. O placar foi de 323 votos a favor e 172
contrários, além de uma abstenção.

Para que a matéria fosse aprovada, eram necessários 308 votos em dois turnos
de votação. A PEC passou em primeiro turno na madrugada de
quinta-feira, 4, por 312 votos a 144. Agora, será encaminhada ao Senado,
onde também precisará do aval de três quintos do plenário -- ou seja,
49 senadores.

Antes da segunda rodada de votação da PEC, nesta terça, os deputados analisaram os
destaques, sugestões de mudanças ao texto-base aprovado na quinta-feira.
Com isso, concluíram a votação em primeiro turno. Dos 11 destaques
apresentados, apenas um foi aprovado.

Proposto pela bancada do Novo, o destaque retirou do texto o trecho que acabaria
com a obrigação do governo de pedir autorização ao Congresso para
descumprir a regra de ouro, que impede o governo de contrair dívidas
para pagar despesas correntes, como aposentadorias e salários.

Com a aprovação da PEC, o governo busca abrir espaço para o novo Auxílio
Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família, de 400 reais até o fim
de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro tentará a reeleição.

Além de criar um limite para pagamento dos precatórios no ano que vem, a PEC
propõe que a regra de correção do teto de gastos, que hoje considera o
IPCA apurado entre julho de um ano e junho do ano seguinte, passe a
considerar o período entre janeiro e dezembro.

A proposta libera uma folga no Orçamento de 91,6 bilhões de reais em
2022, segundo o Ministério da Economia. Só com a alteração na forma de
cálculo do teto de gastos, o governo federal consegue um espaço de 47
bilhões de reais no ano que vem.

Com o adiamento do pagamento de parte dos precatórios devidos pela União em
2022, o governo consegue um espaço de 44,6 bilhões de reais.
Precatórios são dívidas que o governo tem com pessoas físicas, empresas,
estados e municípios, que já foram reconhecidas definitivamente pela
Justiça e não são passíveis de recurso.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que o aumento no tamanho da
dívida com precatórios é um "meteoro". Se a PEC não for aprovada, a
União terá que pagar 89,1 bilhões de reais em precatórios em 2022, um
aumento significativo em relação à dívida de 54,7 bilhões de reais em
2021.



































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