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Na contramão do Brasil, Maceió investe em reciclagem de lixo eletrônico
Brasil é líder em produção deste tipo de resíduo na América Latina e o quinto país no mundo
Um estudo realizado pela gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas, Green Eletron, em parceria com a Radar Pesquisas, apontou que, em 2019, o Brasil produziu mais de dois milhões de toneladas de lixo eletrônico, mas, de acordo com a estimativa, menos de 3% deste total foi reciclado.
A pesquisa ouviu 2.075 pessoas, das quais 33% acreditavam que a categoria estava relacionada à spams ou arquivos digitais sem utilidade. O Brasil é líder em produção deste tipo de resíduo na América Latina e o quinto país no mundo.
Na contramão dos resultados nacionais, Maceió investiu na criação de uma Central de Logística Reversa de Eletrônicos, se tornando a primeira capital do Nordeste a contar com este tipo de equipamento. A implantação foi uma ação conjunta da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree), do Ministério do Meio Ambiente e da prefeitura da capital.
Em entrevista ao portal 7Segundos, o secretário-adjunto de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial (Sedet), Ismar Macário, explicou que esse sistema busca devolver o custo da reciclagem aos fabricantes.
"Efetivamente, Maceió não tinha uma política para este descarte. A implantação desta central estava prevista para 2022, mas nós antecipamos. É uma área que já recebia entulhos de construção civil e restos de podas, então resolvemos alocar uma área para eletrônicos de pequeno porte, inicialmente".
Ismar contou que a ideia é que sejam implantadas outras centrais nos locais onde existe demandas maiores, e ter as cooperativas de lixo participando ativamente do processo. "A Abree coleta os resíduos e leva para a empresa que fará a reciclagem do devido material, seja plástico, metal, etc. Já os que não têm como descartar, vão para o aterro classe 1, que é específico para materiais perigosos".
Quando se fala do descarte irregular, a questão principal, como pontuou Ismar, são os metais pesados. Esses materiais possuem uma grande facilidade de reagir com substâncias orgânicas, se tornando perigosas para a saúde humana e o meio ambiente.
"A partir dessa junção são formadas as organometalicas, das quais muitas delas têm potencial cancerígeno. Além disso, esses produtos também podem contaminar o solo e a água".
Quando o assunto é conscientização da população, Ismar contou que este trabalho de educação ambiental é feito por meio de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) e a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes).
"Já está sendo feito um trabalho de divulgação por meio das mídias sociais, para explicar como se deve proceder com esse questão da logística reversa. Também teremos um programa de educação ambiental bem consistente para orientar a população".
A nova Central de Logística Reversa de Eletroeletrônicos está localizada na Rua Luiz Campos Teixeira, 476, no mesmo lugar do Ecoponto da Pajuçara.
Fonte: Sete Segundos