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Preço da gasolina vai subir novamente neste sábado e pode ultrapassar R$ 7 em Alagoas
Segundo a Petrobras, preço médio do combustível passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,20 por litro vendido às distribuidoras
A gasolina vai aumentar mais uma vez. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (8) pela Petrobras, que vai reajustar também o preço do gás de cozinha (GLP). O aumento já começa a vigorar para as distribuidoras a partir deste sábado (9) e será de 7,2% em cada produto. Com isso, a gasolina pode passar dos R$ 7 por litro em Alagoas.
Atualmente, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina mais cara vendida em Alagoas custa R$ 6,86. Como a estimativa é de que o aumento impacte em R$ 0,15 o valor final do produto, ele pode passar dos R$ 7 em Alagoas já a partir de amanhã.
Jarlan Marques é dono de um posto de combustíveis em Maceió e diz que o aumento já será repassado neste sábado. Segundo ele, os donos de postos não têm estoque para manter o preço defasado. Segundo a Petrobras, o preço médio da gasolina passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,20 por litro vendido às distribuidoras.
Marques diz que, atualmente, os empresários do ramo ganham em média R$ 0,30 de lucro em cada litro vendido. Segundo ele, os preços internacionais têm flutuado muito, o que afeta o preço no Brasil. Outro elemento que pesa no preço é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que tem alíquota de 29% em Alagoas. Ou seja, com a gasolina a R$ 7, o valor referente ao ICMS seria de R$ 2,03.
Para o gás de cozinha, o preço médio passará de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg, equivalente a R$ 50,15 por botijão de 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,26 por kg.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,18 por litro em média, o que corresponde a um aumento de R$ 0,15 por litro.
A Petrobras não anunciou reajuste nos preços dos demais combustíveis. No final de setembro, a estatal reajustou o preço do diesel em 8,89%, após 85 dias de preços estáveis para o combustível.
Em seu anúncio, a Petrobras destacou que aplica o reajuste sobre o GLP "após 95 dias com preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais". Já para a gasolina A, o período de estabilidade foi de 58 dias, segundo a empresa.
A companhia afirmou que a elevação reflete os patamares internacionais de preços de petróleo, "impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial", e a taxa de câmbio, "dado o fortalecimento do dólar em âmbito global".
Petróleo e dólar em patamares mais elevados
A explicação para o aumentos dos preços dos combustíveis está em vários fatores, mas, principalmente, no valor do petróleo e no câmbio. Nesta quinta-feira, o preço do barril de petróleo Brent – referência internacional – fechou acima em US$ 81,95, renovando máximas de cotação desde o final de 2018. No começo do ano, o preço médio estava abaixo de US$ 65.
Já o dólar atingiu R$ 5,5160, a maior cotação desde 20 de abril
De acordo com a Petrobras, esses ajustes "são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras".
Nesta semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) defendeu uma mudança na forma de cálculo de cobrança do ICMS sobre combustíveis numa tentativa para reduzir o preço da gasolina e do diesel. Mas secretários estaduais de Fazenda veem a proposta como um "remendo" e um "puxadinho" que, segundo eles, não resolverá o problema dos preços do combustível e ainda causará perda de receita para os estados.
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na segunda-feira que o governo discute a possibilidade de capitalizar um fundo de estabilização dos preços de combustíveis com ações da estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) ou com ações que o BNDES tenha na Petrobras.
Fonte: Gazeta Web