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Alunos da rede municipal produzem e-book em espanhol com mensagens contra racismo

16/09/2021 17h05
Alunos da rede municipal produzem e-book em espanhol com mensagens contra racismo
Professor e alunos - Foto: REPRODUÇÃO

Alunos da Escola Municipal Dra. Elizabeth Anne Lyra Lopes de Farias, no bairro do Benedito Bentes, produziram um e-book em espanhol com mensagens contra o racismo. A ideia foi desenvolvida pelo professor de espanhol, Rusanil dos Santos, e contou com a participação de 30 estudantes dos 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II. Confira o e-book neste link.

O livro foi intitulado de ”Mi mensaje a Taynara, por las alumnas y alumnos de la Escuela Municipal Anne Lyra”. O idealizador do projeto, Rusanil dos Santos, conta que a ideia surgiu após uma discussão com os alunos em uma das aulas remotas de Espanhol, durante a pandemia de Covid-19, sobre um episódio de racismo, cuja vítima era uma professora da rede particular.

“Na aula, debatemos sobre o caso da Professora Taynara, de Português, que foi vítima de racismo dentro da sala de aula em uma escola particular de Maceió. Então, surgiu a ideia dos alunos escreverem, em espanhol, mensagens para ela de apoio”, contou Rusanil.

Alunos da rede municipal produzem e-book em espanhol com mensagens contra racismo

Assessoria|16/09/2021 16:00

Alunos da Escola Municipal Dra. Elizabeth Anne Lyra Lopes de Farias, no bairro do Benedito Bentes, produziram um e-book em espanhol com mensagens contra o racismo. A ideia foi desenvolvida pelo professor de espanhol, Rusanil dos Santos, e contou com a participação de 30 estudantes dos 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II. Confira o e-book neste link.

O livro foi intitulado de ”Mi mensaje a Taynara, por las alumnas y alumnos de la Escuela Municipal Anne Lyra”. O idealizador do projeto, Rusanil dos Santos, conta que a ideia surgiu após uma discussão com os alunos em uma das aulas remotas de Espanhol, durante a pandemia de Covid-19, sobre um episódio de racismo, cuja vítima era uma professora da rede particular.

“Na aula, debatemos sobre o caso da Professora Taynara, de Português, que foi vítima de racismo dentro da sala de aula em uma escola particular de Maceió. Então, surgiu a ideia dos alunos escreverem, em espanhol, mensagens para ela de apoio”, contou Rusanil.

Os estudantes abusaram da imaginação e criatividade. Uma das alunas, Gabriella Saraiva da Silva, de 12 anos, compôs e gravou um rap. Apesar da pouca idade, a menina já tem consciência sobre o racismo e o combate diariamente. “Eu não entendo o porquê disso, se somos todos iguais, por que o tratamento diferenciado por causa da cor da pele? Isso é muito triste e precisamos combater. Foi nisso que pensei quando escrevi o rap”, destacou a aluna.

O professor explica que não foi determinado nenhum gênero de produção textual, deixando os estudantes livres. “Eu não pedi exatamente que eles contassem um relato ou que construíssem uma carta. Eu queria que eles expressassem de maneira genuína e confortável o que queriam dizer a Taynara por meio da língua espanhola. Teve gente que desenhou e outra que até escreveu um rap”, comentou.

Toda a produção do e-book foi feita de forma remota, como conta o professor. “Essa atividade foi feita pelo WhatsApp que era nosso único meio de interação. Eles me mandavam o que foi produzido e eu ia orientando. Alguns alunos escreveram em português e aí eu estimulava a colocar algumas coisas em espanhol. O foco não foi somente o aprendizado da língua estrangeira, mas a causa social, a interdisciplina”, disse o professor.

O resultado da atividade foi um e-book multimidiático com 39 páginas contendo 30 produções textuais que representam os mais de 200 alunos dos 6º e 7º ano da Escola Municipal Anne Lyra, que não puderam participar. No final de cada página, os autores das mensagens foram identificados com foto, nome, turma e idade. O e-book está disponível neste link.

Assim como Gabriella, as histórias de Alícia Camila Silva, Klecia Jamili e Bruna Beatriz Pereira, entre outros estudantes envolvidos no processo, não são diferentes da professora Taynara. São relatos de exclusão e de não aceitamento por causa da cor da pele, seja em casa, na comunidade, ou na escola.

“É um ato desnecessário e cada um deve pegar na mão do outro, independente da cor”, disse a pequena Klecia.

A diretora da Escola Anne Lyra, Fabiana Karla, destaca a importância de uma atividade como essa, que envolve o social e o pedagógico. “A gente precisa de mais trabalhos desse tipo. Mesmo com as aulas remotas e todas as dificuldades técnicas, eles tiveram uma participação muito efetiva. Ficamos muito felizes com o resultado”, pontuou Fabiana.

Ainda segundo o professor, os alunos almejam mais. “Queremos ter versões impressas do livro para fazer uma mesa redonda e, claro, para que eles possam autografar os livros”, finalizou Rusanil.

Fonte: Cada Minuto