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Pressionado por denúncias de fraude, governo de AL anuncia suspensão do concurso da PM
O governo do Estado anunciou que vai esperar a conclusão da investigação em curso na Polícia Civil para tomar alguma decisão; suspensão vale tanto para as provas de oficial e soldado
Está suspenso, temporariamente, o concurso da Polícia Militar de Alagoas (PMAL). O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15) pelo governo do Estado e acontece após denúncias de fraudes, como venda de gabaritos. De acordo com o governo, o Estado vai esperar a conclusão das investigações em curso na Polícia Civil de Alagoas para depois decidir.
Na última segunda-feira (13), candidatos que fizeram a prova ingressaram com uma ação popular pedindo a suspensão do certame após alegarem indícios de fraude, como venda de gabarito, por exemplo. O advogado José da Silva Moura Neto pede o pagamento de R$ 3 milhões a título de danos morais.
O advogado afirma que a ação “impugna nesta demanda um ato omissivo do poder público lesivo, buscando a melhoria do quadro de segurança pública, principalmente para melhorar para evitar que criminosos façam parte dos quadros da PM-AL."
Moura Neto diz na ação que “o prosseguimento do certame colocará a execução do serviço público de segurança em xeque, posto que o seguimento do certame colocará dentro do seio da polícia militar do Estado de Alagoas fraudadores de concurso público que, muito provavelmente, estão ligados ao crime organizado."
As suspeitas de fraude no concurso começaram na última sexta-feira (10), quando um homem identificado como Willamys Dias Soares foi preso em Maceió por desacato. Soares teria dito aos policiais, que atenderam uma ocorrência de perturbação de sossego, que estava comemorando a aprovação no concurso da PMAL.
Willamys Dias Soares teria acertado 100 questões que marcou na prova do concurso, que tinha 120 ao todo. Soares responde na Justiça alagoana a processos por resistência e posse de drogas.
Na ação popular, o advogado argumenta que “o simples risco de entrar na instituição candidato ligado ao crime organizado não pode ser suportado pela população alagoana”. Por isso, a ação pede que seja determinada a rescisão do contrato entre o Estado de Alagoas e o Cebraspe, caso a fraude seja comprovada. Alternativamente, Moura Neto pede que as provas sejam reaplicadas pelo Cebraspe.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) informou que aguarda o posicionamento do magistrado quanto à ação judicial e reforça que, conforme repassado pela Polícia Civil de Alagoas, até o momento, não há nada de concreto sobre o suposto esquema de fraude no concurso público da Polícia Militar do Estado. A Cebraspe disse que ainda não foi notificada sobre a ação.
Fonte: Gazetaweb