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Frango vira novo vilão da alimentação com aumento de 30,8% no seu valor

Ave está entre os produtos com maiores altas nos preços entre janeiro e julho deste ano

14/09/2021 08h08 - Atualizado em 15/09/2021 07h07
Frango vira novo vilão da alimentação com aumento de 30,8% no seu valor
Quebra na safra do milho e aumento no valor da ração, dos combustíveis e da energia, além do dólar, puxaram preço do frango para as alturas - Foto: Edilson Omena)

Entre os produtos com maiores altas nos preços no período de janeiro a julho deste ano, destacados mensalmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o frango congelado foi o que mais pesou no bolso do consumidor. Puxado pela aceleração da inflação, produto agora é o mais novo vilão da alimentação. No acumulado em 12 meses, o alimento subiu 30,8%.

Outros produtos alimentícios, como açúcar, ovo, carne dianteiro, café, carne traseiro, leite longa vida e feijão, também ficaram ‘mais salgados’ na hora do cliente pagar. No mesmo período, o preço do arroz, pernil e óleo de soja tiveram queda.

Sob o efeito da séria crise hídrica enfrentada pelo Brasil, o preço da energia elétrica residencial já acumula alta de 10,6% em 2021 e de 21% em 12 meses até agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Maristela Brandão que antes comprava frango para todo o mês, agora, com o preço nas alturas, reduziu a quantidade e alternou com outras opções que não a carne. “Infelizmente está difícil a gente comer hoje em dia. Então procuro as promoções e substituo o frango por legumes e verduras. Não é sempre, mas tenho feito esse malabarismo”, disse.

Silvia Carmo também tem usado outras estratégias para o almoço diário e lasanha dos fins de semana. “Antes caprichava na carne de frango para a lasanha que costumava fazer aos sábados e domingos, mas agora tem sido mais ‘fraca’ de recheio. Quem pode com esses preços?”, indaga.

“Até a salsicha está mais cara, paguei R$ 8,61 em 638 gramas. Um absurdo comer o que se gosta nos dias atuais, tem que fechar as torneiras e apagar as luzes”, desabafa Silvia.

Michelle Saunders, da Frango Real – Maceió, abatedouro e distribuidor, salienta que houve um aumento de mais de 50% no valor do produto e que esse crescimento refletiu nas vendas. Ela afirmou que o combustível, impostos cobrados e ração em alta estão entre as razões do elevado preço do alimento.

De acordo com o economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Francisco Rosário, a quebra na safra do milho e a ração mais cara puxaram essa alta do preço do frango. “Tem também o dólar, que pressiona as exportações e os produtores vendem mais para fora que no mercado interno”, frisou.

“A energia elétrica é um dos insumos para aquecer os galinheiros das granjas e com a bandeira tarifária mais cara, também é outra justificativa para o aumento. A quebra da safra do milho e o dólar em alta estão pressionando todas as proteínas”, disse. Francisco Rosário salientou que a carne de frango ainda é a menos cara.

AVICULTURA


O Governo do Estado e a prefeitura de Viçosa firmaram convênio em maio deste ano para desenvolver no município de Viçosa, interior de Alagoas, um projeto de avicultura integrada.

“O convênio será na ordem de cerca de R$ 2,8 milhões, um volume de recursos considerável para promover a geração de emprego, gerar oportunidades e dinamizar a economia de Viçosa e da região do Vale do Paraíba”, anunciou Renan Filho, governador de Alagoas. O projeto beneficiará diretamente 40 famílias de agricultores. Cada produtor alojará 2.500 aves em 200 metros quadrados de área construída.

O ciclo da criação é de 45 dias e 15 dias de vazio sanitário para depois iniciar um novo ciclo. Logo, serão possíveis seis ciclos por ano. A renda mensal a ser obtida vai girar em torno de dois salários mínimos mensais.

Docente de gastronomia sugere peixe e frutos do mar como segunda opção


Tina Purcell, docente de gastronomia e gerente da unidade de gastronomia e turismo do Senac, garante que a melhor opção neste momento com a alta da carne bovina e aves em geral é aproveitar o preço dos peixes e frutos do mar, rios e lagoas. “Nosso Estado é privilegiado pela diversidade, a exemplo do sururu, maçunim e diversos peixes”, sugere.

No entanto, como podemos fazer “render” o frango nosso de cada dia? Ela orienta que uma boa opção é fazê-lo guisado adicionando legumes que estejam com um valor mais acessível e, com o caldo, aproveitar e fazer um bom pirão.

Outra opção, segundo Tina Purcell, é desfiar e acrescentar, também, leguminosas e outros ingredientes para fazer uma torta ou uma fritada, aumentando assim a quantidade de porções.

COUVE-FLOR


Caso queira também substituir o frango, uma opção seria couve flor à milanesa. A lista de ingredientes e o modo de preparo é prático. Uma couve-flor média, farinha de rosca suficiente para empanar, óleo suficiente para fritar (por imersão), dois ovos, sal, caldo de legumes (opcional).

Na hora de preparar basta lavar a couve-flor e separar os “buquês”. Em uma panela, coloque água o suficiente para cozinhar a couve-flor. Nessa água, coloque um pouco de sal e o caldo de legumes.

Assim que começar a ferver, acrescente a couve-flor e deixe cozinhar por alguns minutos, até os talinhos ficarem um pouco macios. Cuidado para não cozinhar demais, o ideal é que fique al dente, ou seja, nem crua e nem cozida demais.

Escorra a couve-flor e reserve. Em uma tigela, coloque os ovos ligeiramente batidos e em outra coloque a farinha de rosca. Envolva cada buquê de couve-flor no ovo batido e depois na farinha de rosca, pressionando levemente para grudar bem. Coloque no óleo já quente, até ficar douradinha, e, depois, em um prato com papel absorvente.

Para conseguir uma couve-flor crocante e sequinha, o óleo não deve estar morno nem quente demais.

Fonte: Tribuna Hoje

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