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Alagoas é o estado onde alunos sofrem mais bullying, segundo o IBGE
Pesquisa do IBGE diz que estudantes alagoanos são os que mais relatam humilhações por conta da aparência do rosto nas escolas
Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE revelou que, entre os estudantes alagoanos que se sentiram humilhados por provocações de colegas de escola, 13,8% citou a aparência do rosto como motivo ou causa da humilhação, colocando o estado na primeira posição desse indicador entre todas as unidades da federação: Pernambuco e São Paulo surgiram logo atrás, ambas com 13,6%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e foram coletados em todo o Brasil no ano de 2019 junto aos estudantes de 13 a 17 anos. Em Alagoas, a amostra da pesquisa coletou 4.824 questionários válidos em dependências administrativas públicas ou privadas, contemplando 145 escolas e 198 turmas em um universo de 6.018 alunos matriculados, dos quais 5.719 eram frequentes. De um modo geral, o estudo mostrou que 58,8% dos escolares alagoanos entre 13 e 17 anos disseram que não se sentiram humilhados por provocações de colegas de escola nos 30 dias anteriores à pesquisa, enquanto 22,5% apontaram a frequência de duas ou mais vezes e 17,6% apenas uma vez.
Em relação ao motivo/causa da humilhação, 16,1% citou a aparência do corpo, 13,8% a aparência do rosto, 6,5% a cor ou raça, 3,3% a orientação sexual, 2,8% a religião e 0,6% a região de origem. Outros motivos/causas corresponderam à maior fatia; 55,2%. Além do destaque para o critério da aparência no rosto, Alagoas figurou com a quarta maior taxa nos motivos/causas de cor ou raça e orientação sexual. “Tratam-se de indicadores que podem ser levados em consideração por gestores e responsáveis pelos escolares principalmente nesse cenário de retorno gradual às aulas presenciais. É o retrato mais recente e completo que temos para os escolares do estado a respeito de fatores de risco e proteção à saúde dos adolescentes”, comentou o coordenador técnico do IBGE em Alagoas, Alcimar Trancoso.
Os dados da PeNSE sugerem ainda que 15,4% dos escolares alagoanos relataram que algum de seus colegas deixou de lhe falar por duas ou mais vezes nos 30 dias anteriores à entrevista, representando a segunda maior taxa do país nesse indicador, atrás somente do Amapá (15,9%). Outros 17,6% dos escolares disseram que o episódio ocorreu apenas uma vez e 66,2% citaram nenhuma vez. A frequência de duas ou mais vezes é maior entre as mulheres (18,7%) que entre os homens (12,1%) e mais acentuada no ensino público (15,9%) em relação ao sistema privado (12,9%). O cenário é diferente em relação às agressões físicas. Entre os homens, 8,2% relataram ter sido agredidos fisicamente por duas ou mais vezes, enquanto a taxa observada entre as mulheres foi de 3,8%. Em relação ao sistema de ensino, o privado (6,6%) apresentou registro maior que o público (5,9%).
Bullying - É mais praticado por homens e no ensino privado. A PeNSE também estudou o comportamento dos estudantes em relação a quem pratica o bullying. Em Alagoas, 13,1% dos homens afirmaram que esculacharam, zombaram, mangaram, intimidaram ou caçoaram algum colega de escola tanto que ele (a) ficou magoado (a), aborrecido (a), ofendido (a) ou humilhado (a). O percentual entre as mulheres foi de 10%. O ensino privado registrou taxa maior (14,2%) em relação às dependências públicas (11%). No ambiente virtual - redes sociais ou aplicativo de celular -, 14,6% das mulheres disseram ter se sentido ameaçadas, ofendidas ou humilhadas, percentual acima do observado para os homens (11,2%). Os resultados ficaram próximos entre os ambientes público (12,9%) e privado (12,7%).
Alagoas - Ensino público em tem cinco vezes mais escolares entre 13 e 17 anos. A estimativa da pesquisa é de que Alagoas tenha 183.659 escolares entre 13 e 17 anos, dos quais 154.403 estudam em dependência administrativa pública e 29.256 em escolas privadas. Na análise por sexo, 92.238 são homens e 91.421 são mulheres. O recorte por cor ou raça estimava que 49,8% eram pardos, 23,8% eram brancos, 14,2% pretos, 7% amarelos e 4,6% indígenas. Em Maceió, 30.754 do total de 49.586 escolares estavam em unidades públicas, enquanto 18.832 pertenciam ao núcleo privado. Na capital, havia mais mulheres (25.039) que homens (24.547). No recorte por cor ou raça, os pardos eram 43,8%, os brancos 27,8%, pretos 17,5%, amarelos 6,1% e indígenas 4,4%.