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O que você acha do voto impresso? Vejamos a opinião de alguns deputados federais alagoanos

Opiniões contrárias e a favor alimentam o dabate sobre o assunto

Por Redação com Cada Minuto 01/08/2021 11h11 - Atualizado em 01/08/2021 17h05
O que você acha do voto impresso? Vejamos a opinião de alguns deputados federais alagoanos
Parlamentares divergem nas opiniões - Foto: Reprodução: Cada Minuto

A urna eletrônica ou implantação do voto eletrônico no brasil já completa 25 anos desde que deu as caras por aqui em 1996. Mas a credibilidade desse sistema de votação vem sendo diminuida, que é adotado em 46 países e não como uma notícia falsa circulou pelas redes sociais que apenas 3 usavam (Brasil, Venezuela e Cuba), sendo que em Cuba a votação é feita em papel.

O debate sobre o tema só aumenta, a ponto de virar uma certa disputa entre os que aprovam o sistema atual e uma "nova" proposta que é a do voto impresso auditável. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que defende essa mudança, está marcada para ser discutida na Câmara dos Deputados no início de agosto, com o final do recesso parlamentar.

A reportagem do Portal CadaMinuto falou com alguns dos deputados federais de Alagoas para saber suas opiniões sobre o voto impresso, a confiabilidade das urnas eletrônicas e a possibilidade de mudança que, em breve, será votada pelos parlamentares.

Para Tereza Nelma (PSDB), a impressão do voto e a necessidade dele ser depositado em urnas físicas implica em diversos fatores que reforçam a ideia do retrocesso, “O Tribunal Superior Eleitoral garante que as urnas têm integridade e até agora não há nada que comprove o contrário. Contar votos manualmente fortalece os riscos de fraude e manipulação”, afirma.

Nelma destaca que é necessário observar que o TSE estimou um custo de pelo menos R$ 2,5 bilhões para implantar o modelo no país. “Há ainda uma fragilidade do ponto de vista do sigilo do voto. Quem defende o contrário lista benefícios que compõem uma falsa sensação de confiabilidade”.

Ela ainda conta que, em 2002, essa ideia chegou a ser testada em algumas cidades do Brasil e foi revogada por não obter sucesso. “Vivemos em um momento de crise onde deveríamos discutir pautas mais relevantes ao invés de levantar dúvidas sobre o sistema eleitoral vigente, com 25 anos de voto eletrônico, sem ter tido qualquer contestação do resultado”, finaliza.

Com relação ao voto impresso, Marx Beltrão (PSD) alega que “tudo o que melhora nossa democracia tem meu apoio”. Segundo ele, o voto impresso, também chamado pelos apoiadores de “auditável”, cria mais um mecanismo de checagem, aperfeiçoamento do processo eleitoral, dá mais segurança e lisura. “Não caia em fake news. O voto auditável é mais transparência e compromisso com a democracia plena”.

Já o deputado Paulão (PT) se declara contrário ao voto impresso, afirmando que acredita na urna eletrônica e no TSE. “É uma medida extemporânea e para criar um fato político para a eleição do Bolsonaro”. “Essa medida vem com o objetivo de tentar criar uma confusão na próxima eleição. Hoje você vota de uma forma secreta e o voto impresso, na realidade, vai ser o comprovante da sua votação”, disse.


Ele alega que tal mudança pode favorecer quem possui maior poder econômico, como os compradores de votos.
“Um outro fenômeno que iniciou no Rio de Janeiro e que está se alastrando a nível nacional, é a questão dos milicianos. Então, isso favorece o poder econômico e, agora, esse novo nome, os milicianos. É a comprovação do seu voto, portanto considero como um atentado ao estado democrático de direito”, declara.

O parlamentar Isnaldo Bulhões (MDB), afirma que, atualmente, já existe um sistema seguro, que garantiu o resultado real e dissipou as escandalosas fraudes que marcaram nossa história. “Acredito que o atual modelo supra as necessidades, sendo desnecessário esse debate em meio a tantas outras prioridades”.

Questionado sobre a confiabilidade das urnas eletrônicos, ele destaca que este é um dos sistemas mais elogiados do planeta e a mudança para o voto impresso não seria positiva. “A recontagem por mesas de apuração retoma a insegurança dos resultados”, pontua.

Os deputados Severino Pessoa (PRB) e Pedro Vilela (PSDB) também foram procurados, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.