Que era uma pedreira todo munda já sabia, pois o adversário era o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, atual campeão europeu, marca que impõe respeito. Mas ele não contava com a mão esquerda do nosso Hebert Conceição, na verdade quase ninguém contava com essa, principalmente com o combate em andamento, já que o ucraniano dominou e venceu por unanimidade os dois primeiros assaltos.

Hebert, não conseguia achar uma brecha para impor seu estilo de luta e já se desenhava uma vitória de Khyzhniak. Porém, contrariando o que parecia ser uma derrota eminente o baiano "arretado" de 23 anos, "achou" a brecha que tanto precisava e cravou um cruzado de esquerda que mandou o ucraniano para lona e sem retorno, conquistando assim o ouro que além de histórica é a sexto sexto ouro do Brasil nos jogos olímpicos de Tóquio.

Mas porque esse ouro é histórico, você pode se perguntar, primeiro porque é uma modalidade esportiva, que apesar de termos grandes nomes ainda estamos "abrindo" nosso caminho e segundo porque não existem muitos registros de nocautes na história dos jogos olímpicos e a Arena Kokugikan foi o palco desse feito, que é a segunda medalha no esporte, a outra foi do peso pesado Abner Teixeira que ficou com o bronze.

A luta

Muito disso aconteceu porque só no terceiro round o brasileiro veio a adotar uma postura mais agressiva, pois nos dois primeiros rounds a estratégia foi apostar no seu estilo mais técnico, porém o ucraniano não tomou conhecimento disso e tomou a iniciativa no começo da luta e manteve o ritmo nos dois primeiros rounds. Mas nem essa postura mais agressiva do baiano parecia surtir efeito.

Mas é aquela história de chance só precisamos de uma e assim foi, na primeira e única abertura real de Khyzhniak o brasileiro soltou a esquerda com toda a força que o povo brasileira carrega e botou o ucraniano para descansar, já que os juiz decretou imediatamente o fim da luta, e se sagrou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. 

A comemoração mostrou duas coisas, a superação quando ele se jogou no chão, mas também a alegria já que teve direito a dança diante das câmera. Outros atletas da seleção de boxe estavam na arquibancada e comemoraram bastante a conquista e assim como os jornalistas e comentaristas que acompanhavam a luta ficaram muito surpresos com o desfecho da luta, por conta de como estava se desenhando o combate.

Agora é a vez da busca pela medalha feminina  no peso leve com Bia Ferreira que é favorita conta a irlandesa Kellie Anne Harrington. A luta está marcada para a madrugada desse domingo (8) às 2h da manhã, a prata já está garantida, mas que venham mais uma medalha de ouro por ai.