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“Difícil equilibrar partido dividido” Diz Líder do PP sobre apoio a Lula
Ao Metrópoles novo líder do PP na Câmara disse que parte da legenda não quer apoiar governo, mesmo com a entrada de Fufuca na Esplanada
A entrada do PP, um dos maiores partidos do Centrão, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não garantiu conforto ao petista nas votações da Câmara dos Deputados. Em entrevista ao Metrópoles o novo líder do PP, Dr. Luizinho (PP-RJ), disse que o partido está “dividido”.
Luizinho assumiu o lugar de André Fufuca (PP-MA),
escalado para comandar o Ministério dos Esportes nu lugar de Ana Moser.
Fufuca ingressou na Esplanada de Lula após meses de negociações para acomodar o Centrão e acumular mais apoio no Congresso — onde Lula estava com base fragilizada desde o início do mandato, especialmente na Câmara.
Após a nomeação de Fufuca, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos nomes mais importantes do PP, afirmou que a legenda passou a fazer parte da base de Lula.
“Na eleição municipal, o prefeito é o síndico, o zelador
da cidade. Não é lugar para se eleger no campo ideológico, mas quem tem a
capacidade de fazer gestão. É claro que essa pessoa tem um viés
partidário, ideológico, mas vai levar muito em consideração a capacidade
administrativa”, opinou.
Mesmo com as divergências, o partido definiu pautas que são
prioritárias, que terão colaboração de todos os parlamentares da sigla,
independentemente de apoio do governo. “Uma das que a gente colocou foi a
defesa incondicional do SUS. Não afeta a condicionalidade do partido”,
explicou o parlamentar.
Contando votos
Duras derrotas no primeiro semestre em pautas que interessavam ao
governo, mas não ao Centrão, mostraram a Lula que a sua base sólida é
muito limitada na Câmara. No início de maio, por exemplo, o governo só
conseguiu 136 votos favoráveis quando a Casa derrubou trechos de um
decreto de Lula mudando o marco legal do saneamento básico, que havia
sido aprovado no governo passado e não agrada o atual.
Esses 136 votos não seriam suficientes sequer para barrar uma
eventual abertura de processo de impeachment, que exige que ao menos 172
parlamentares votem contra ou se abstenham.
Para aprovar um Projeto de Lei Completar, é necessária a maioria
absoluta dos 513 votos da Câmara, ou seja, 257. E, para passar uma
emenda à Constituição, o sarrafo é mais alto ainda: são necessários 308
votos. Se todos os deputados dos partidos ligados ao governo dessem seus
votos, a base de Lula teria quase 400 parlamentares, mas, na realidade,
não é bem isso que acontece.